O aumento das incertezas econômicas e a elevação da taxa de juros têm impulsionado o mercado de seguros de crédito no Brasil, que tem sido visto como uma ferramenta essencial para proteção contra inadimplência. Segundo a Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), o volume de prêmios emitidos para este tipo de seguro aumentou 12,6% nos últimos 12 meses, totalizando R$ 1,89 bilhão.
Esse cenário de alta demanda está fortemente relacionado ao número crescente de empresas em recuperação judicial (RJ). “Estamos vendo um aumento significativo nas cotações de seguro de crédito, impulsionadas pelo aumento dos atrasos nos pagamentos e pelo crescimento das empresas em recuperação judicial”, comenta Ilan Kajan, vice-presidente de Riscos Corporativos da Alper Seguros. Ele destaca que muitas empresas que antes não consideravam essa modalidade de proteção agora estão recorrendo a ela para garantir a segurança de seus ativos e contas a receber.
Impacto da alta da taxa Selic
Um dos fatores principais que têm levado empresas a buscar esse tipo de seguro é a alta da taxa Selic, atualmente em 10,5%, que aumenta os custos financeiros das dívidas corporativas. De acordo com o Serasa, há cerca de 6,9 milhões de empresas inadimplentes no Brasil, com as micro e pequenas empresas sendo as mais afetadas, devido ao fluxo de caixa mais restrito.
Mesmo com a expectativa de queda gradual da Selic, o atual patamar ainda é considerado elevado e restritivo, afetando a saúde financeira das empresas. “A dificuldade em obter crédito barato agrava a situação financeira, especialmente para setores mais alavancados, como o varejo eletrônico”, pontua Kajan, reforçando o impacto que a alta dos juros tem no aumento dos pedidos de recuperação judicial.
Em casos de recuperação judicial, a atuação das seguradoras também ganha destaque. “Em situações de RJ, a indenização é paga em até 30 dias após a homologação, acelerando um processo que normalmente levaria até cinco meses para recuperação do crédito”, explica Kajan. Essa agilidade garante suporte financeiro imediato para empresas seguradas, mesmo diante de cenários críticos de insolvência.
O aumento das indenizações é outro indicador da gravidade da crise. Em 2023, o valor total de sinistros pagos pelas seguradoras no segmento de seguro de crédito foi superior a R$ 1,5 bilhão, com uma taxa de sinistralidade de 81,5%. Esse percentual representa um salto considerável em relação aos anos anteriores, quando a sinistralidade foi de 57,06% em 2022 e 36,18% em 2021.
Desafios para o futuro
Com o cenário econômico desafiador, as previsões para o mercado de seguros de crédito indicam que a demanda continuará a crescer nos próximos meses. As expectativas do mercado financeiro, conforme o boletim Focus, apontam para a manutenção da Selic em níveis altos até o fim de 2024, o que deve manter o número de recuperações judiciais elevado, aumentando ainda mais a relevância da proteção oferecida pelos seguros de crédito.
“A alta dos juros e a dificuldade financeira das empresas estão diretamente relacionadas ao aumento das recuperações judiciais, e o seguro de crédito se consolida como uma ferramenta preventiva essencial para mitigar esses riscos”, conclui Kajan.
Essa proteção torna-se, portanto, uma peça-chave para a preservação da saúde financeira das empresas em tempos de crise.
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