Notícias | 24 de novembro de 2021 | Fonte: CQCS

“CQCS Insurtech & Innovation” ficará marcado na história do Mercado de Seguros

A terceira edição do “CQCS Insurtech & Innovation” , por certo, ficará marcada na história do mercado de seguros por inúmeros fatores. Representou, por exemplo, a retomada de eventos presenciais do setor, 20 meses após o início da pandemia, e em grande estilo, reunindo mais de mil pessoas em ambiente totalmente seguro, seguindo todas as recomendações das autoridades. Além disso, reuniu, presencialmente ou por meio de moderna plataforma, grandes especialistas em inovação e novas tecnologias de quatro países, além do Brasil (EUA, Alemanha, França e Suíça). Consolidou, enfim, sua condição de maior evento de inovação em seguros da América Latina e um dos principais do mundo. 

Na manhã desta quarta-feira (24), o evento voltou a apresentar muitas novidades e a discutir temas de relevância para o mercado. 

Foi o caso da palestra sobre “Cyber Risks” (Riscos Cibernéticos) feita pelo especialista alemão Shanill Willians, Global Head of Financial Lines da AGCS. 

Shanill Willians revelou que os riscos cibernéticos serão a principal carteira de seguros do futuro. “Precisamos, então, oferecer serviços depois que o sinistro ocorre, mas também na prevenção para evitar ataques”, assinalou. 

Ele disse ainda que o mercado precisa estar aberto para criar ecossistemas, em que pessoas e empresas inteligentes possam criar produtos que ajudem a gerenciar riscos. “Essa é uma grande oportunidade. Será uma pena se não pudermos reagir e sermos relevantes neste momento. Esse risco cria oportunidades incríveis para o setor. É difícil, não dá para fazer sozinho, mas trabalhando em conjunto podemos solucionar maiores desafios do momento, incluindo como lidar com os riscos cibernéticos”, frisou.  

Willians pontuou ainda que, dentro dos riscos cibernéticos, o risco que mais tem preocupado é de interrupção dos negócios de empresas de todos os portes. “O hacker pede resgate e a empresa não consegue fica, em média, até 23 dias sem fazer negócios”, explicou. 

O palestrante foi apresentado pelo CEO da Allianz Brasil, Eduard Folch Rue, que demonstrou emoção ao voltar a participar de um evento presencial. “Hoje é um dia especial, em que voltou a participar de um evento hibrido após quase dois anos. Aliás, esse formato híbrido deverá ser o futuro dos eventos”, salientou. 

Eduard Folch lembrou que durante esse período a Allianz consolidou o processo de compra da operação de seguro auto da SulAmérica, o que fez com sucesso. “Hoje, somos a segunda do ranking no ramo auto. Temos mais apólices vigentes do que na época em que compramos a operação e temos parceria com os mesmos corretores. Enfim, mantivemos os negócios, graças ao trabalho desses corretores”, comemorou. 

PREÇOS.  

Em seguida, apresentado por Marco Antonio Gonçalves, Coordenador Geral do Fórum Mario Petrelli de Seguros e Resseguros, o fundador e Chief Insurance Officer da Earnix, Sammy Krikler, falou sobre o tema “A próxima fronteira competitiva: da modelagem de risco à precificação de mercado dinâmica”. 

Segundo ele, o preço se consolida como diferencial relevante para a geração de valores no setor de seguros e como vantagem competitiva, junto com a inovação, e a tecnologia. “Nos últimos cinco ou seis anos, começamos a aplicar modelo de inteligência artificial em modelagem mais sofisticada. Há preocupação sobre como os consumidores reagem ao aumento ou redução do preço e qual o melhor preço possível. Não apenas com base no risco, mas na atuação os concorrentes. Vem sendo obtido, inclusive, por meio de robôs, que reúnem dados e aplicam uma otimização sofisticada para conseguir melhor preço de mercado”, comentou. 

Krikler destacou ainda que é preciso simplificar a oferta de produtos e concentrar nas coberturas mais lucrativas para “entregar mais um ponto percentual”. 

Na apresentação do painel, Marco Antonio Gonçalves alertou que o mercado tem questões relevantes para resolver, como o fato de vir “andando de lado”, há anos, em segmentos importantes como no seguro auto e em outros ramos elementares. “Houve uma atrofia dos ramos de seguros em geral. Precisamos discutir fomento do mercado com todos os atores do mercado e com a sociedade”, alertou. 

INSURTECHS. 

Outra palestra que era bastante aguardada foi apresentada por Caribou Honig, chairman do ITC , que abordou o tema “O quão longe as Insurtechs foram e quanto ainda tem que ir?”, com apresentação de Carlos Ferreira Quick, vice-presidente da Pottencial Seguradora. 

Já Caribou Honig frisou que a explosão das insurtechs tem a ver com investimentos. Contudo, ressaltou que há “pontos fortes e fracos”, pois se são boas em velocidade e foco, também se arriscam mais. “As seguradoras tradicionais têm resiliência e experiência de décadas de dados coletados, além da cultura de gestão de risco. Há uma questão clássica: devem fazer parcerias, ser vendidas ou compradas pelas insurtechs? Mas, é tudo isso. Há parcerias, compras de startups e vendas para startups”, assinalou. 

Para ele, nesse cenário, não é mais necessário criar novos produtos de seguros “partindo do zero”, unindo legados. “Startups que constroem produto são empresas de soft e têm o benefício de criar um programa do zero, alavancando recursos. Isso reduz o custo em relação ao tradicional, mas começam com falta de escala. Já as tradicionais têm a estrutura legada com a qual trabalham, mas há a ineficiência de fazer isso do zero. No entanto, existe uma escala enorme e as eficiências que vêm dessa escala”, asseverou, acrescentando que, no longo prazo, vencerá quem capturar os benefícios dos dois, na distribuição e na inovação. 

Ele projetou ainda que será preciso um bom tempo para a consolidação das insurtechs, que surgiram há apenas cinco anos. “Acho que serão necessários 20 anos. Então, há muito que fazer nos próximos 15 anos. Todo mundo pode aproveitar a viagem”, concluiu. 

Na apresentação, Quick listou alguns dados da Pottencial, que tem 11 anos no mercado e que, hoje, se aproxima muito do formato de uma insurtech, em razão dos fortes investimentos em tecnologia. “Estamos no quarto momento da empresa. Temos um bom rating, tecnologia de ponta, forte investimento e foco na experiência do cliente e dos parceiros, crescimento acelerado e totalmente conectados”, pontuou o executivo.

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