Quer saber a real importância do corretor de seguros, precise dele. Essa é a dica de quem se envolveu em acidente de trânsito ou teve o carro roubado e se viu obrigado a acionar o seu corretor. Apesar de a situação não ser das mais cômodas, é a melhor hora de separar o bom do mau profissional. Pois, ao contrário do que muita gente pensa, a função deles não se resume a vender a apólice. O verdadeiro corretor tem o dever de prestar assistência ao cliente durante toda a vigência do contrato. As suas atribuições são muitas e vão além do atendimento in loco.
Ele é o representante do cliente na seguradora. Dependendo do caso, o corretor pode agilizar a documentação da ocorrência policial, visitar oficina e driblar as dificuldades impostas pelas empresas seguradoras para pagar o prêmio e assessorar o consumidor durante o processo, visando amenizar o sofrimento do proprietário do veículo.
O empresário Paulo Jorge Paes Barreto, 38 anos, classifica como fundamental o papel do corretor no processo de acionamento do seguro. Em 2006, o empresário bateu seu veículo num ônibus durante a noite, no bairro do Arruda. Acionou o corretor e seguiu para o aeroporto porque tinha uma viagem de negócios para São Paulo. “Meu corretor se encarregou de tudo. A única coisa que fiz foi pegar um laudo na companhia de trânsito e pagar a franquia. O resto foi tudo com ele”, destacou.
Amparada em discursos como esses, a categoria faz questão de lembrar que não são meros vendedores e estão preparados para desatar qualquer nó. O recado é direcionado a donos de automóveis que pensam em comprar seguros diretamente a bancos, que cobram até 20% a menos pelo serviço dos valores praticados nas corretoras tradicionais. “Nos bancos você só fala com o funcionário no horário do expediente. Se precisar acionar alguém depois das 16h, vai ter de apelar para um serviço de telefone 0800 da vida”, enfatiza o corretor Alexandre Barreto.
O universitário Paulo Morais, 26 anos, ilustra bem aqueles usuários que não contam com os serviços do corretor. Há três anos, contratou o seguro diretamente na concessionária onde comprou sua Saveiro zero-quilômetro. Ficou satisfeito por ter proteção a um preço acessível, mas lamentou profundamente por não ter a ajuda de um corretor quando bateram no veículo dele. “Eu liguei para o número e as atendentes só informaram o que eu tinha de fazer. Daí para frente, praticamente, tive de me virar sozinhorias vezes na oficina para acompanhar o serviço e gastei muita gasolina em busca dos documentos”, recorda.
De acordo com Alexandre Barreto, o problema não existe quando há um corretor na jogada. Se ocorrer o sinistro na madrugada, eles podem chegar junto para prestar assistência. “Vamos no dia seguinte aos postos das seguradoras. Se o atendente não estiver capacitado, chama o supervisor. Se o negócio não avançar, acionamos o gerente e só voltamos depois de receber uma resposta satisfatória para o cliente”, completa.
A presença do corretor é fundamental, já que as companhias exigem documentos que o cidadão desconhece. Trabalhando há dez anos no ramo, Alexandre Barreto nunca desliga o celular. Tudo para não deixar clientes na mão. “Tenho de oferecer o melhor para o cliente fazer a renovação todo ano. Se eu falhar, ele vai procurar a concorrência”, diz. De tanto fazer atendimento de emergência, guarda na memória histórias inusitadas. Certa vez, recebeu o telefonema de uma cliente que bateu o carro no final da noite, em frente a uma boate, no bairro da Torre. Alexandre deixou a aula de jiu-jítsu no meio. “Desci do meu carro e todo mundo que estava na fila da boate ficou olhando para mim sem entender porque eu estava vestido de quimono”, lembrou.