“O seguro não é um produto tangível e, como o brasileiro gosta do contato pessoal, fica complicado vender pela internet produtos mais complexos, que exigem proximidade e confiança do consumidor”. Essa é a opinião do corretor Carlos Lopes, que tem experiência de mais de 17 anos no mercado de Portugal e do Brasil.
Radicado em Belo Horizonte e com clientes em outras capitais do Sudeste e Nordeste, Lopes enfatiza que, ao utilizar a web nas vendas de seguros, as melhores oportunidades estão nas vendas de produtos mais simples e já bem assimilados pela população, como Auto e Residencial, mas mesmo assim é preciso transmitir conhecimento e segurança, mantendo intactas as expectativas do negócio tradicional.
“A web é um instrumento que os corretores de seguros e seguradoras usarão como ferramenta de divulgação, através dos sites de venda e das redes sociais”, enfatiza Lopes.
A demanda online pode ganhar impulso, nesse contexto, com o poder crescente da geração Y, ou seja, as pessoas que têm hoje entre 18 e 30 anos. “Por um lado, é ela que tem avidez de consumo através desta plataforma e com certeza estimula fortemente os investimentos neste canal”, sustenta.
Entretanto, o especialista acredita que o mercado brasileiro sofre com o problema da baixa cultura do seguro da população e da rotatividade de funcionários nas corretoras. “Esses são pontos que precisam ser melhorados para que a internet possa realmente deslanchar como recurso de apoio aos corretores”.
Para Lopes, o corretor deve investir cada vez mais em colaboradores com melhor formação, bem como preparo técnico e cultural, tornando-os parte do negócio, estimulando parcerias duradouras. “A participação nos lucros ou proposta de sociedade pode evitar que o funcionário saia da empresa para se tornar concorrente do ex-patrão”, justifica.