Notícias | 18 de fevereiro de 2004 | Fonte: Jornal do Commercio

Conta investimento será implementada até junho

A conta investimento, que permitirá ao investidor trocar de aplicação sem pagar Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), deverá estar implementada até o fim de junho. A informação, segundo a Associação Nacional da Instituições de Mercado Aberto (Andima), foi dada pelo diretor de Política Monetária do Banco Central (BC), Luiz Augusto Candiota, em reunião com o Comitê de Política Monetária da entidade na última sexta-feira em São Paulo.

Também vai ser possível transferir investimentos de uma instituição financeira para outra sem pagar CPMF. Para isso, serão criados instrumentos como o DOC-D e a TED-D, que hoje valem só para transferências entre contas correntes?, disse o presidente do Comitê, Marco Sudano.

Atualmente, quem tira dinheiro da conta corrente para investir em um fundo paga 0,38% de CPMF. Se quiser trocar de fundo, paga mais 0,38% e assim por diante. Só as aplicações nas poupança são isentas do tributo.

Com a conta investimento, será possível sair de um fundo para um Certificado de Depósito Bancário (CDB) e depois para outro fundo sem pagar o tributo. O objetivo do Governo com a iniciativa é estimular o investimento. De acordo com Sudano, Candiota afirmou que haverá isonomia tributária entre os tipos de investimento financeiro, mas não detalhou como ela será feita.

Redução da parcela da dívida indexada ao câmbio

Na reunião, o diretor do BC reafirmou as prioridades do Governo na administração da dívida pública em reduzir a parcela indexada ao câmbio e aumentar a participação dos títulos prefixados. Candiota disse ainda, de acordo com o presidente do Comitê da Andima, que a taxa de juros real de 6% ao ano, geralmente usada por fundos de pensão e pelo mercado para cálculos de longo prazo no Brasil, ?é muito alta? para uma economia estabilizada.

Ele a comparou com outros países, mas nem precisava. Basta lembrar que os Estados Unidos estão com juro real negativo há dois anos?, disse Sudano.

Setor de títulos de capitalização cresce 6%

O faturamento do mercado de títulos de capitalização no ano passado cresceu 16% e atingiu R$ 6 bilhões, informou ontem a Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e Capitalização (Fenaseg). O aumento, maior do que os 10% estimados, se deve à adoção de novas estratégias de marketing e ao desenvolvimento de produtos.

O desempenho de 2003 confirma a criatividade das empresas nos prêmios e no uso dos títulos, além do trabalho de esclarecimento do produto como alternativa para guardar dinheiro. São coisas que vinham sendo desenvolvidas desde 2000 e que ficaram claras no ano passado ? disse a presidente da Comissão de Capitalização da Fenaseg, Rita Batista.

As reservas, compostas pelo montante capitalizado e atualizado pela correção monetária, cresceram 14%, para R$ 8,2 bilhões no ano passado. Em dezembro, o faturamento do setor foi de R$ 608,5 milhões, maior nível mensal do ano. O recorde anterior havia sido o mês de outubro, com R$ 544,8 milhões.

O setor de títulos de capitalização completa em 2004 dez anos seguidos de crescimento. Neste período, as empresas evoluíram e o hábito de poupança do brasileiro mudou, segundo Rita. Novos produtos chegaram ao mercado, com opções de depósitos que vão de R$ 5 a R$ 5 mil mensais.

No ranking nacional, São Paulo fechou 2003 na primeira colocação, com faturamento de R$ 2,3 bilhões e 38,5% de participação no total, seguido por Rio de Janeiro (com 11,8% e R$ 715,6 milhões) e Minas Gerais (8,3% e R$ 502 milhões).

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