Notícias | 8 de janeiro de 2004 | Fonte: O Globo

Consumidor gasta mais com Internet do que com feijão e arroz

O consumidor médio brasileiro já gasta mais com internet e assinatura de TV a cabo do que com feijão e arroz. Esta é uma das conclusões da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) realizada no período 2002/2003 pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e divulgada nesta quinta-feira. Segundo o levantamento, o item Serviços Diversos, que reúne os gastos com internet e TV por assinatura, ampliou sua participação no orçamento doméstico de 0,6% para 1,69% nos últimos dois anos.

O grupo Despesas Diversas, um dos sete que compõem o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da FGV, foi o que apresentou o maior crescimento em relação ao demais. A ponderação passou de 3,46% em 1999/2000 para 4,44% em 2002/2003. Além dos serviços diversos, cresceram os gastos com bebidas alcóolicas nacionais e importadas e fumo.

Outra conclusão da pesquisa é que o gasto com habitação, principalmente com as tarifas públicas, continua sendo o que mais pesa no orçamento familiar. De acordo com a POF, o grupo habitação ficou com um peso de 31,84%, pouco acima dos 31,14% registrados na POF de 1999/2000. Ou seja, de cada R$ 100 o consumidor está gastando hoje R$ 31,84 com habitação.

O peso do grupo Saúde e Cuidados Pessoais caiu 13,8% na composição das despesas dos brasileiros. No período de 1999/2000, o item tinha um peso de 12,02% no Índice de Preços ao Consumidor (IPC). A última pesquisa mostra que o grupo corresponde a 10,36% do índice. A razão principal foram os preços controlados dos medicamentos e também a perda de renda do consumidor que o obrigou a comprar menos remédios e cortar planos de saúde. Enquanto o IPC teve uma variação de 52,27%, os remédios subiram 41,75%.

A POF, realizada pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), faz um levantamento sobre os gastos e rendimentos da uma população de famílias, chamadas unidades de consumos. Conhecida a composição dos orçamentos das famílias pesquisadas, atualiza-se a estrutura do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) calculado pela FGV.

A edição 2002/2003 da POF teve coletas de informações feitas nos meses de outubro de 2002 e janeiro, abril e julho do ano passado. Nas quatro rodadas, foram entrevistadas cerca de 14 mil famílias em 11 capitais e no Distrito Federal. Segundo a FGV, essa amostra é suficiente para estimar os consumos médios das famílias com rendimentos entre um e 33 salários-mínimos. O grau de confiança da POF é de 95%.
Autor: Ledice Araujo

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