Notícias | 16 de setembro de 2024 | Fonte: Fenacor

Compartilhamento estimula criação de novos produtos

Em entrevista para a Editora Roncarati, a CEO da SPOC Open Power Corretora de Seguros, Priscila Figueiredo, afirmou que o compartilhamento de dados no âmbito do Open Insurance poderá estimular a criação de novos produtos, inclusive com coberturas diversificadas – e, futuramente, de diferentes sociedades supervisionadas – com grande potencial de crescimento do mercado de seguros, alcançando novos clientes e fomentando a cultura do seguro no Brasil. “Isso permitirá que os segurados optem por produtos mais apropriados ao seu perfil e que compreendam melhor os produtos contratados, com a possibilidade de manter um relacionamento diversificado e de longo prazo com o mercado de seguros”, acrescentou. 

Veja a entrevista, na íntegra, abaixo:

(Editora Roncarati): Priscila, inicialmente gostaríamos de cumprimentá-la e desejar boa sorte à frente da Open Power Corretora de Seguros, que no dia 06/09 foi credenciada pela Susep para atuar como sociedade processadora de ordem do cliente (SPOC).

(Priscila) Muito obrigada! É uma grande alegria termos obtido autorização para operar no Open Insurance e estamos ansiosos pelo que está por vir.

(ER) – Quando foi iniciado este processo junto à Susep e quais foram os principais desafios?

Priscila – Protocolamos o pedido de credenciamento em 02/07/2024, após termos realizado uma reunião prévia com a SUSEP para apresentação do projeto. Acredito que os principais desafios estão atrelados à saber comunicar, de forma assertiva, os objetivos do projeto e cumprir as formalidades exigidas para a operação da corretora de seguros no Open Insurance.

(ER) – Após a autorização da Autarquia, quais serão os próximos passos da Open Power Corretora de Seguros? Já é possível começar a operar durante a fase 2 do Open Insurance?

Priscila – A fase que se relaciona com a operação das SPOCs no Open Insurance é a de número 3, que se encerrará em 29/11/2024. A operação da corretora habilitada como SPOC dependerá da complementação das jornadas para corretores de seguros no Open Insurance, que será objeto de nosso foco de atuação nesses próximos meses.

(ER) – A Resolução CNSP nº 429, de 2021, que trouxe a figura da SPOC, no âmbito do Open Insurance, estabelece diversos requisitos regulatórios. Sobre esse tema (requisitos regulatórios), e tendo em vista a sua experiência na área, qual é o papel do Compliance em uma SPOC? Teria algum ponto que gostaria de destacar?

Priscila – Uma das principais atribuições de uma SPOC é o de gerenciar o consentimento dos clientes para o compartilhamento de dados de seguros, com o objetivo de oferecer/prestar um serviço ou produto para os clientes, de modo que os dados compartilhados permitam algum nível de personalização e de melhoria da experiência do cliente. Entretanto, é interessante relembrar que, pelas normas vigentes, uma SPOC pode ou não ser constituída por uma corretora de seguros. Nesse sentido, aquelas que cumulam a função de corretoras de seguros e de SPOCs – que é o nosso caso – devem observar os requisitos legais e normativos aplicáveis para a corretagem de seguros e para operação no Open Insurance. Aquelas que não forem corretoras, por sua vez, devem observar apenas as normas do Open Insurance. Em ambos os casos, o compliance regulatório é necessário, haja vista a necessidade de observar diversos requisitos. Dentre eles, destaco a atuação pautada pela observância aos requisitos legais aplicáveis à proteção de dados, considerando que a recepção e compartilhamento de dados de seguros é uma das principais atribuições de uma SPOC.

(ER) – Com relação às tecnologias e sistema utilizados, poderia nos explicar, brevemente, como vai funcionar? Foi preciso desenvolver alguma API específica?

Priscila – Todos os participantes do Open Insurance devem possuir um ambiente de compartilhamento dedicado à recepção e transmissão de dados por meio de APIs interoperáveis e padronizadas. Para que a SPOC possa atuar e se comunicar com as demais sociedades participantes do Open Insurance, é necessário que possua as APIs necessárias para a execução das atividades que desempenhará, inclusive as certificações que garantem a segurança e conformidade das operações.

(ER) – Na sua visão, qual é a importância do corretor/corretoras de seguros dentro do ecossistema do Open Insurance? Como a Open Power Corretora de Seguros pretende engajar estes profissionais a participarem deste momento inovador no setor de seguros?

Priscila – Na nossa visão o Open Insurance é um ambiente de oportunidades para os clientes compartilharem seus dados e obterem soluções e propostas aderentes às suas necessidades e ao seu perfil. Ainda que seja possível a utilização de tecnologias para simplificar alguns processos, a diversidade de produtos e coberturas no mercado de seguros e a particularidade dos clientes depende da atuação consultiva do corretor de seguros que, a partir de uma SPOC, poderá oferecer esse atendimento personalizado aos seus clientes. Com esse espírito, a Open Power, na condição de corretora, visará oferecer as melhores oportunidades aos seus clientes e, como SPOC, estará aberta a realização de parcerias para aqueles que desejarem utilizar a SPOC como ferramenta no Open Insurance.

(ER) – Sabemos que a questão do consentimento, por parte dos segurados, é fundamental para evolução e sucesso do Opin. Quais são os principais benefícios e qual a melhor forma de trazer esses segurados para dentro deste ecossistema?

Priscila – O compartilhamento de dados no âmbito do Open Insurance poderá estimular a criação de novos produtos, inclusive com coberturas diversificadas – e, por que não, futuramente, de diferentes sociedades supervisionadas – com grande potencial de crescimento do mercado de seguros, alcançando novos clientes e fomentando a cultura do seguro no Brasil. Em contrapartida, isso permitirá que os segurados optem por produtos mais apropriados ao seu perfil e que compreendam melhor os produtos contratados, com a possibilidade de manter um relacionamento diversificado e de longo prazo com o mercado de seguros. Para isso, o compartilhamento dos dados por meio do consentimento deve ser estimulado por parte do corretor de seguros, que é o elo de confiança entre o segurado e a seguradora e é peça fundamental para que todas essas novas experiências ao cliente se efetivem.

(ER) – A Open Power Corretora de Seguros foi a segunda SPOC credenciada pela Susep a operar. Do seu ponto de vista, como deve ser este mercado formado pelas SPOCs? Empresas de outros setores, como de tecnologia, devem passar a integrar este ecossistema?

Priscila – Acreditamos que as SPOCs são fundamentais para o funcionamento do Open Insurance, sobretudo quando utilizadas como ferramentas para a atuação dos corretores de seguros, conectando clientes e sociedades seguradoras, de capitalização e de previdência privada. Diante disso, na expectativa de desenvolver essa nova metodologia de relacionamento no mercado, esperamos que muitas outras SPOCs sejam credenciadas pela SUSEP e que muitos corretores de seguros aproveitem as oportunidades do Open Insurance.

(ER) – Para finalizar: como os participantes do setor de seguros e interessados poderão acompanhar as notícias e novidades da Open Power Corretora de Seguros?

Priscila – Nos próximos dias a Open Power iniciará seu onboarding no Open Insurance para que possa dar início aos procedimentos necessários que viabilizem suas atividades. As atualizações sobre a Open Power e sobre o Open Insurance poderão ser acompanhadas no portal www.guiaopen.com.br

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