Com tema “Desafios e Oportunidades no Enfrentamento dos Riscos Climáticos”, o 1º Fórum IRB(P&D), promovido nos dias 11 e 12 de setembro, no Rio de Janeiro, reuniu pesquisadores, representantes dos setores de seguros e resseguros, startups e membros do setor público. Logo no primeiro dia, o encontro foi repleto de discussões sobre o desenvolvimento do mercado de seguros diante das crescentes demandas impostas pelas mudanças climáticas, buscando soluções e inovações para enfrentar esses desafios.
Anfitrião do fórum, o CEO do IRB(Re), Marcos Falcão, destacou a importância do encontro, que teve apoio da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), e a expectativa da realização de outras edições para trabalhar a redução da lacuna de proteção: “É muito bom ter essa iniciativa para trazer as discussões sobre riscos climáticos. Acredito que isso se tornará uma iniciativa maior, em que possamos trabalhar para proteger o futuro da sociedade, diminuindo o gap de proteção”.
O IRB(P&D) é uma área do IRB(Re) dedicada exclusivamente à pesquisa e ao desenvolvimento, com o objetivo de abordar os impactos das mudanças climáticas e aprimorar o conhecimento no setor de seguros e resseguros. Criada para buscar soluções inovadoras e aprofundar o entendimento sobre riscos climáticos e eventos extremos, essa iniciativa tem por objetivo ainda promover um diálogo entre o mercado, o setor público e especialistas nacionais e internacionais.
O presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, apontou o crescente número de riscos climáticos no Brasil e no mundo. Segundo ele, catástrofes recentes, como a do Rio Grande do Sul, servem de alerta e de motivação para o setor de seguros, que deve se preparar para lidar cada vez melhor diante do risco. “O evento é exatamente para conhecer e entender melhor esse risco e, a partir daí, desenvolver produtos, processos, análises, quantificação e precificação desses riscos, para que a gente atenda cada vez melhor a sociedade”, disse, acrescentando que existe ainda um desafio de ampliação da cobertura securitária: “Lamentavelmente, ainda temos uma cobertura muito baixa, e é muito triste ver, no caso do Rio Grande do Sul, que estamos estimando uma perda para o setor de seguros entre R$ 6 e 8 bilhões, o que representa menos de 10% da perda total que aconteceu no estado”.
De acordo com diretor técnico e de Estudos da CNseg, Alexandre Leal, um dos moderadores dos painéis, o fórum foi de grande relevância para o mercado, reunindo representantes do setor público e privado. “A gente discutiu o papel do setor e os esforços que o governo vem fazendo em tornar a nossa sociedade uma sociedade mais resiliente e preparada para o enfrentamento dos eventos climáticos que já estão acontecendo”, disse. O dirigente destacou ainda sobre todo o arcabouço de risco que o BNDES, como agente de financiamento da economia brasileira, utiliza na avaliação de projetos e na concessão de crédito.
Para o subsecretário de Reforma Microeconômicas e Regulação Financeira do Ministério da Fazenda, Vinicius Ratton Brandi, é crucial e fundamental – não apenas para o mercado segurador – discutir o enfrentamento de riscos climáticos. “Esse tipo de evento é extremamente importante, pois o risco climático é um tema relativamente novo. É necessária uma agenda contínua de debate, discussão e coordenação, para que todos os atores do mercado possam compartilhar informações e conhecimento, permitindo que o setor compreenda melhor esse novo risco e se torne cada vez mais resiliente ao risco primário”, destacou.
O diretor executivo do CQCS, Pedro London, também participou do 1º Fórum IRB(P&D) e enfatizou a importância de eventos como o promovido pelo ressegurador: “Nós sofremos no Brasil uma das maiores catástrofes do país no início do ano. O IRB e CNseg estão muito próximos de mudar esse mercado”.
Confira a cobertura exclusiva do CQCS no primeiro dia do evento:
https://cqcs.com.br/tv/canal-cqcs-in-loco/primeiro-dia-do-forum-irbpd-apresenta-paineis-sobre-gestao-de-riscos-climaticos/