Como qualquer outro produto, a melhor forma de comprar seguro é através de alguém do ramo. Ninguém em sã consciência compra um automóvel numa loja de geladeiras. Da mesma forma que não se compra uma fazenda numa agência de viagens, nem se compra avião em loja de roupa usada, não se compra seguro de quem não sabe o que é isto. E o problema é este: muita gente que vende seguro não sabe o que é isto.
Em princípio, a melhor maneira de se comprar seguros é através de um corretor de seguros. Outra alternativa seria comprar diretamente numa companhia de seguros, mas ela é menos indicada do que através de um corretor. Pela lógica, comprar diretamente de quem produz seria mais barato do que através de um intermediário, todavia, nem sempre a teoria é melhor do que a prática.
Se o assunto fosse a compra de uma caixa de laranjas, onde basta verificar se as laranjas estão podres ou não, a compra direta seria evidentemente mais interessante, porque a verificação do produto pode ser feita por um leigo, e o preço, pela ausência do intermediário, seria mais barato. Acontece que seguro não é caixa de laranja, nem geladeira, onde é possível, mesmo para quem não é do ramo, fazer uma comparação entre as diferentes alternativas que lhe são oferecidas. Seguro é um contrato sofisticado, onde, além da solidez da seguradora, entram em cena mais um bom número de fatores que podem interferir na eficiência da apólice, para não falar no seu custo/benefício.
A maioria das pessoas, em qualquer lugar do planeta, não conhece o instituto do seguro, nem seu funcionamento. Pelo contrário, até em países onde a contratação de apólices faz parte da rotina da vida da população, o desconhecimento dos mecanismos de funcionamento deste negócio são a regra que os fazem misteriosos, principalmente depois da ocorrência de um sinistro um pouco mais complexo.
Assim, a compra direta pode ser uma solução eficaz para determinados tipos de seguros muito simples, ou com duração curta no tempo, como é o caso dos seguros de acidentes pessoais vendidos através de máquinas, nos aeroportos ou postos de gasolina.
Um seguro mais complexo exige no mínimo uma comparação entre duas apólices semelhantes, garantidas por companhias diferentes. Além disto, o simples fato de uma seguradora ser conhecida não significa que ela é competente no trato de um determinado tipo de risco.
É aí que o corretor de seguros faz a diferença, ainda que seu seguro custando um pouco mais caro do que se a compra fosse feita diretamente da seguradora. E esta regra se aplica também em relação à maioria das pessoas que vende seguros nas agências bancárias, sendo que nestes casos a diferença de preço, quando existe, é mínima.
Imagine a situação inversa. Você faria um investimento no mercado de derivativos aconselhado por um corretor de seguros? Pois é, se sua resposta for não, não há razão para você contratar seguro com um gerente de banco. Um não entende do negócio do outro. Além disso, quando você compra um seguro através de uma agência, é importante saber que quem garante o risco não é o banco, mas uma outra companhia – uma seguradora – que pode ou não ser do mesmo conglomerado, mas que não sabe quem é o gerente, nem qual a importância de cada cliente para suas respectivas agências.
O negócio do seguro não é o pagamento do prêmio pelo segurado, mas o pagamento da indenização pela seguradora. A diferença a maior da comissão do corretor de seguros para os outros intermediários é que o corretor de seguros acompanha seus segurados durante toda a vigência das apólices e sua verdadeira razão de ser é proteger os clientes na hora da regulação de um sinistro.
Por isso um bom corretor de seguros trabalha com várias seguradoras e tem condições de oferecer a melhor opção de cobertura para cada situação. Na medida em que seu negócio é acompanhar o cliente ao longo do tempo, quanto menos problemas, melhor para todos. E a melhor forma de não se ter problemas é saber com quem se está negociando e o que se está contratando.