SÃO PAULO – A venda da fatia de 49,92% do capital da BrasilSaúde detida pelo Banco do Brasil para a SulAmérica evidencia a estratégia do banco de focar na área de odontologia. A afirmação foi feita hoje por Paulo Caffarelli, vice-presidente de Negócios de Varejo do Banco do Brasil.
Segundo Caffarelli, o próximo passo é estruturar uma operação no segmento. “Estamos prospectando novos parceiros. (O parceiro) tem que aceitar o desenho de 75% para o Banco do Brasil e 25% para a empresa”, enfatizou o executivo, em entrevista ao Valor. “Com esse desenho chegamos à etapa final da reestruturação da área de seguridade do BB”, completou o executivo.
Ele observou que são maiores as dificuldades de venda do produto seguro saúde no balcão bancário. “A venda do plano odontológico é mais fácil”, disse Caffarelli. A operação, cujas negociações já duravam um ano, consolidou um negócio no valor de R$ 28,4 milhões, como informaram hoje as empresas.
Segundo o vice-presidente da SulAmérica, Arthur Farme d ‘ Amoed Neto, a seguradora comprou o ativo por 1,2 vezes o seu valor patrimonial. A aquisição representa para a Sul América mais 110 mil membros, que já estavam contabilizados no total de 1,8 milhão de segurados da companhia, mas cujos resultados não eram totalmente detidos pela empresa.
Ele explica ainda que, no primeiro trimestre deste ano, o lucro da BrasilSaúde que entrou efetivamente nos resultados da seguradora – ou seja, depois da transferência da parte equivalente ao que era detido pelo Banco do Brasil – representou 0,5% do lucro total da Sul América.
O executivo enfatiza que a estratégia da Sul América agora é continuar investindo nos segmentos de negócios em que já atuam. “Para os assegurados, não haverá qualquer alteração por conta desta operação”, reiterou Neto.
O primeiro passo para a remodelação do setor de seguridade do Banco do Brasil foi dado com a compra da fatia que ainda não possuía na Aliança do Brasil, em 2008. No ano passado, o Banco do Brasil comprou a participação da SulAmérica na Brasil Veículos e assinou parceria com a espanhola Mapfre para atuar no seguro de pessoas e prestamistas.
Os acordos de reformulação da seguridade do banco tiveram em comum o fato de o BB manter a maioria do capital total, mas o controle acionário ficou nas mãos das parcerias privadas constituídas.
Com venda da fatia da BrasilSaúde, BB quer parceiros em odontologia
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