A população brasileira com a menor renda é a que tem mais custos, prejuízos e perdas por falta da cobertura de seguros. Para o presidente da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), Dyogo Oliveira, é necessário, através da educação financeira, ensinar as pessoas a entender e a usar os seguros como ferramenta de proteção e recuperação financeira, especialmente após um infortúnio, garantindo, assim, aplicação da renda no crescimento e na educação das famílias.
“Talvez o maior programa de distribuição de renda podemos fazer no Brasil é ensinar as pessoas a lidar com questões financeiras”, explicou o presidente da CNseg, durante o primeiro dia de atividades da 12ª Semana Nacional de Educação Financeira (Semana ENEF), realizado em Brasília (DF), nesta segunda-feira, 12 de maio.
A participação do setor de seguros em agendas fundamentais para conscientização e democratização do acesso aos produtos securitários tem sido cada vez mais ativa. “O mercado segurador vê na agenda financeira e securitária uma ação da mais alta relevância, não apenas do ponto de vista do desenvolvimento do mercado de seguros, mas principalmente pelo papel social que isso tem”, destacou Oliveira.
O presidente da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Ney Ferraz Dias, também compartilhou do mesmo pensamento do presidente da CNseg: o conhecimento financeiro e o seguro vinculado a ele é fundamental para lidar com as intempéries da vida. “Muita gente ainda vê o seguro como desnecessário, mas, assim como a educação, ele não é sobre o que se paga, mas sobre o que ele garante”, disse o executivo durante o painel da 12ª Semana ENEF.

Capitalização na construção da disciplina financeira
Enquanto o seguro desponta como garantia, a capitalização pode estimular a formação de reservas. O vice-presidente da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap), Douglas Duran, contou que, ainda jovem, foi influenciado pelo livro “O homem mais rico da Babilônia”, que o motivou a guardar 10% do salário por meio de títulos de capitalização.
“A capitalização não é um investimento, pois não tem indexador. Ela é uma forma de guardar dinheiro e, ao mesmo tempo, concorrer a prêmios, o que pode multiplicar o valor acumulado e estimular a formação de reservas”, pontuou o Duran.
Vida, Previdência Complementar e educação financeira caminhando juntas
Para 1º vice-presidente da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (FenaPrevi), Bernardo Ferreira Castello, Vida, Previdência Complementar e educação financeira caminham lado a lado: “Quando falamos de FenaPrevi, seguros de vida e planos de previdência complementar, acho que não podemos dissociar isso de educação financeira. Um não existe sem o outro”, disse. “Isso se materializa através dos produtos e sua utilização, quer seja para habilitação de uma renda complementar, quer seja para percepção de um benefício de seguro”, acrescentou.
Educação financeira básica terá conteúdo sobre seguros
Airton Filho, diretor de Regulação Prudencial e Estudos Econômicos da Susep, ressaltou que a autarquia vem ampliando o alcance da educação financeira no país, passando a abranger também temas ligados aos seguros, à previdência e à tributação. “Firmamos um convênio com o Ministério da Educação para o programa ‘Todos pela Educação’, que vai levar esse conteúdo para 40 milhões de alunos da educação básica”, contou.
Filho destacou ainda que a Susep, junto às empresas sob sua supervisão, busca dar visibilidade às ações voltadas à conscientização financeira da população, incluindo medidas contra o superendividamento e os riscos associados às apostas online, entre outras frentes.
A 12ª Semana Nacional de Educação Financeira (Semana ENEF), promovida pelo Fórum Brasileiro de Educação Financeira (FBEF), acontece até o dia 18 de maio e tem como tema principal: “Educação Financeira para Crianças e Jovens: Preparando a Sociedade para Escolhas Conscientes”. A iniciativa reúne instituições públicas, privadas e a comunidade escolar, com o propósito de disseminar conhecimento, incentivar atitudes e comportamentos responsáveis e fortalecer, desde a infância, os fundamentos para decisões financeiras mais conscientes entre os brasileiros.