Notícias | 16 de fevereiro de 2004 | Fonte: Ig

Clonagem será “melhor seguro de vida”, diz cientista argentino

O cientista argentino José Cibelli, consultor dos pesquisadores coreanos que conseguiram clonar embriões humanos pela primeira vez, disse que as células embrionárias podem se transformar no melhor “seguro de vida”.

Uma equipe de cientistas da Coréia do Sul e dos Estados Unidos conseguiu clonar embriões humanos com fins terapêuticos e obtiveram deles as células originárias que -em teoria- podem ser convertidas em qualquer tecido do organismo humano.

Este avanço pode abrir caminho para a substituição de órgãos danificados e a cura de muitas doenças, desde o mal de Parkinson até o diabetes.

Cibelli, de 40 anos, comentou que a descoberta é uma demonstração de que é possível tomar uma célula embrionária e “transformá-la em qualquer tecido do organismo, o que se traduziria no seguro de vida mais importante” para uma pessoa.

O cientista assinalou que a possibilidade de produzir estas células pode “afetar umas 125 milhões de pessoas (…) São poucas as doenças que não poderiam ser curadas com elas”.

No entanto, Cibelli esclareceu em declarações à Rádio Continental de Buenos Aires que ainda falta muito para que estes resultados cheguem às clínicas, pois “ainda é preciso cumprir uma série de parâmetros impostos pelo Instituto Nacional da Saúde”.

O estudo dos cientistas da Universidade Nacional de Seul, liderados pelo professor Hwang Woo Suk, deixou boquiabertos os pesquisadores de todo o planeta, já que conseguiram um dos objetivos mais ansiados e polêmicos do mundo científico.

A técnica coreana recebeu número semelhante de felicitações e críticas entre os que defendem a clonagem e os que se opõem a um tema que costuma estar associado à produção de seres humanos replicados.

Os cientistas coreanos foram muito cautelosos ao assegurar que são contra a clonagem reprodutiva e que estes embriões poderiam ser trasplantados aos doentes sem ser rechaçados, o que permitiria curar doenças terminais.

Algumas organizações cristãs já manifestaram sua oposição, embora Cibelli tenha sustentado que nem todos estão em desacordo.

“Participei de muitos debates (…) e inclusive membros da hierarquia da Igreja Católica americana deram uma opinião de apoio”, ao consdierar que “os dois (setores, científico e religioso) estamos no mesmo ‘negócio’: o de curar”, afirmou.

Por outro lado, Cibelli criticou o “baixo orçamento” que o Governo dos Estados Unidos destina à pesquisa sobre clonagem terapêutica e que isso se deve a uma “questão política”.

Por enquanto, o presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, preferiu não entrar na polêmica, mas durante uma manifestação antiabortista realizada em janeiro passado disse que tentará que o Congresso americano aprove sem atraso “a proibição global e efetiva da clonagem humana”.

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