O cientista Carlos Nobre participará do primeiro dia de debates do 1º Fórum IRB(P&D), que terá como tema “Desafios e oportunidades no enfrentamento dos riscos climáticos”. Presidente do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas, o especialista abordará os desafios da humanidade frente à emergência climática na palestra principal do evento promovido pelo IRB(Re), que tem apoio da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg). O encontro ocorrerá entre os dias 11 e 12 de setembro, no Rio de Janeiro.
De acordo com Nobre, o maior desafio que a humanidade enfrenta é garantir que o aquecimento global não ultrapasse 1,5ºC. Isso demandará uma ação imediata para reduzir as emissões de gases de efeito estufa e uma implementação global de estratégias de adaptação para lidar com eventos extremos como ondas de calor, secas, incêndios florestais e chuvas intensas, entre outros.
“Os últimos 13 meses (junho 2023 a julho de 2024) bateram os recordes de temperatura do planeta desde o último período interglacial, cerca de 130 mil anos atrás”, explica o cientista. “O Brasil reúne todas as condições para liderar os países de grandes emissões para buscar zerar as emissões em 15 anos”, afirma.
Entre os convidados do 1º Fórum IRB(P&D), representantes do mercado, membros do setor público e especialistas do Brasil e do exterior em mudanças no clima. No primeiro dia, serão realizados painéis de discussão e, no segundo, um encontro técnico-científico.
A abertura do primeiro dia será realizada pelo presidente da CNseg, Dyogo Oliveira, e terá, entre outros painéis, a apresentação de experiências internacionais bem-sucedidas realizadas por Simon Solvsten, diretor do European Center for Risk & Resilience Studies; Emily Theokritoff, pesquisadora associada do Instituto Grantham – Climate Change and the Environment; Erwan Koch, diretor científico e executivo do Expertise Center for Climate Extremes; e Steven M. Rothstein, diretor do Ceres Accelerator for Sustainable Capital Markets.
Emily conta que apresentará o amplo portfólio de trabalho sobre mudanças climáticas realizado no Instituto Grantham, além de pesquisas recentes em atribuição climática. “O evento é crucial para permitir que o trabalho interdisciplinar ocorra em diversos setores da sociedade, algo urgente no contexto do aquecimento global’, destaca a pesquisadora.
Já Rothstein apresentará uma atualização sobre a avaliação das seguradoras americanas em relação aos seus riscos climáticos e seus planos. “A indústria de seguros está na linha de frente das mudanças climáticas no Brasil e no mundo”, diz. Segundo o executivo, devido a isso, ele também debaterá a importância de a indústria de seguros brasileira participar de um processo similar.