Chubb procura parceiro em previdência

A Chubb do Brasil está procurando um parceiro na área de previdência para casar sua operação no ramo vida com o de previdência privada aberta e poder atuar com os produtos que estão em alta no mercado: o PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres) e o VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livres). “É uma possibilidade que estamos estudando”, informou o presidente da Chubb, Luís Fernando Mathieu.
A empresa, subsidiará de uma das grandes seguradoras mundiais, prepara outras novidades para este segundo semestre. Entre elas estarão um trabalho na área de “property” para auxiliar os clientes na avaliação de riscos e prevenção de sinistros e um outro produto para o segmento “personal line” ainda mantido em sigilo.
Mathieu avalia que não haverá uma queda muito grande do real frente ao dólar neste segundo semestre. “Isto será muito bom para o Brasil e para a economia brasileira”, afirmou, lembrando que o reflexo no lucro da companhia será negativo. “Mas esta não é uma preocupação nossa. Nós não consideramos a variação cambial e sim a garantia das reservas.”
O presidente da Chubb reiterou o compromisso da companhia em se manter no mercado brasileiro. “A Chubb acredita no Brasil. É um mercado onde queremos investir. Uma aposta para o futuro.”
A Chubb festeja no próximo mês seus 30 anos de presença no mercado brasileiro e comemora também o resultado operacional positivo obtido no primeiro semestre, apesar de ter registrado um prejuízo de R$ 10,4 milhões, provocado pela valorização de 18,5% do real frente ao dólar. Para Mathieu, o que importa é que o fluxo de caixa no primeiro semestre cresceu 130% e que a produção em prêmios da Chubb aumentou 40% em um período em que o índice de sinistralidade da companhia ficou entre os mais baixos do mercado.
“Procuramos um resultado operacional positivo”, disse Mathieu -as ações da empresa na área financeira não significam especulação. “Já corremos risco com o seguro, que é a nossa atividade principal, e procuramos investimentos que garantam as reservas financeiras para o pagamento futuro do sinistro e, por isso, eles devem estar protegidos da variação cambial.” O hedging em dólar, segundo o executivo, está de acordo com a visão de longo prazo da seguradora.
Para Mathieu, esse desempenho mostra a boa fase da seguradora e foi muito bem visto pela matriz norte-americana. Ele informa que nos Estados Unidos a contabilidade da variação cambial é diferente da contabilidade feita no Brasil. “A diferença cambial é assumida pelo patrimônio e não pelo lucro”, afirmou.
A preocupação da Chubb em fazer hedging para garantir o pagamento de sinistros é um dos marcos da política de atuação do grupo em todo o mundo e mostra resultados. Nos Estados Unidos, a Chubb Corporation foi eleita pelos consumidores como a seguradora que age com maior boa-fé no pagamento dos sinistros.
No Brasil, a Chubb se destaca na comercialização de seguros sofisticados para mansões, carros de luxos, obras de arte e jóias. Mas no primeiro semestre o destaque ficou para o ramo D&O (Director and Officers), voltado para executivos das companhias. Este seguro protege o patrimônio pessoal do dirigente de empresa por eventuais processos decorrentes de erros de administração.
“O novo Código Civil tem aberto os olhos dos executivos. Gerentes e diretores podem ser acionados como pessoa física e comprometer a casa, o carro ou o patrimô-nio dos filhos”, afirmou Mathieu. A apólice, criada há quatro anos, registrou neste primeiro semestre oito sinistros, o que mostra que o seguro passou a ser uma necessidade para o homem de negócios. A Chubb também conseguiu revitalizar a sua carteira de vida, após o término da parceria com o Citibank e vem obtendo bons resultados com a linha de transportes e riscos diversos e a apólice de incêndio.
kicker: Destaque são os seguros que protegem o patrimônio pessoal de executivos
(Finanças & Mercados/Página B2)(Solange G.Silva/InvestNews)