A seguradora Chubb acaba de fechar o seguro do carro mais caro que já chegou ao Brasil, o Mercedes-Bens SI.R McIaren. Avaliado em RS 3 milhões e conhecido como o Fórmula 1 das mas, o carro foi comprado por um empresário brasileiro. Enquanto a Chubb se especializou nos carros de luxo (como Ferrari, Maserati e BMW), outras seguradoras, como o Banco do Brasil e a Indiana, resolveram fazer o oposto: apostar em seguros económicos para carros usados.
No alto luxo, o fechamento de um negócio é mais demorado. O seguro da Mercedes contou até com a ajuda do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB). Por causa do alto valor do carro, foi necessário um resseguro: a Chubb arcou com 80% do risco e o IRB (e mais outra seguradora) com 20%.
Segundo Priscilla “[amura Magni, gerente de análise de riscos, e Rubens Ribeiro, diretor comercial da Chubb, a corretora do empresário foi no mercado em busca de cotações para o seguro da Mercedes. Apenas a Chubb apresentou uma proposta. Até o acerto do prêmio final, foram várias reuniões e mais de 30 cotações.
Eles não revelam nem o Estado onde o empresário mora nem o valor do prêmio pago. O Valor consultou três especialistas em seguros de automóveis e todos disseram que uma apólice como esta não sai por menos de RS 200 mil e pode chegar a R$ 350 mil.
Uni dos diferenciais da cobertura é que, no caso de o carro estragar, a seguradora banca o transporte de ida e volta para as oficinas da Mcl.aren em Londres, onde é fabricado. O carro é feito apenas sob encomenda. Há o limite da produção de 500 unidades por ano. Segundo o diretor da Chubb, mais dois brasileiros encomendaram um exemplar, que tem 626 cavalos de potência e chega a 334 km/h.
Enquanto a Chubb busca os ricos, a Indiana lançou há duas semanas um seguro econômico. Para carros de sete a 15 anos de uso, a apólice pode custar 55% mais barata que um seguro tradicional. “Se não houver um produto mais enxuto, não há mais como crescer no mercado”, diz Jorge Martinez, superintendente da Indiana Seguros. A meta é vender 15 mil apólices em seis meses. A cobertura do seguro inclui colisão, roubo ou furto e pode ter assistência 24 horas.
No Banco do Brasil, que lançou uni seguro popular no ano passado para carros com dez a 20 anos, foram vendidas 11,5 mil apólices, conta Luiz Antonio Mac Dowell, diretor técnico da BB Seguros/Brasilveículos. “Ficou dentro das nossas expectativas.” 0 seguro, que pode ser encontrado a partir de R$ 500, tem cobertura de 70% em caso de perda total. “A imagem no mercado ainda é que o seguro é um produto caro”, diz. Segundo o executivo, mesmo com preço 50% mais baixo que uni seguro tradicional, o produto é rentável. A meta é fechar este ano com 20 mil apólices.
A busca por nichos dentro do mercado de automóveis foi uma das formas encontradas pelas seguradoras para crescer. Segundo Luiz Roberto latim, sócio da consultoria G5 Solutions, especializada no mercado de seguros, o segmento de veículos anda estagnado, com crescimento vegetativo. Unia das causas é a baixa renda da população. “As seguradoras conhecem muito pouco o consumi. dor”, disse. “Não adianta criar pro duros se o consumidor não tem di. nheiro para comprar”, acrescenta.