A segunda edição do Encontro Setorial ocorreu nesta quinta-feira, dia 26 de setembro. Promovido em parceria entre CNseg e SindSeg BA/SE/TO, o evento reuniu cerca de 100 profissionais do setor, incluindo corretores, representantes de seguradoras e entidades. Dyogo Oliveira, presidente da Confederação, abordou as projeções do mercado, a conscientização da população, oportunidades para os profissionais, desafios climáticos e a agenda prioritária do setor. Além disso, Paulo Cesar Souza Martins, presidente do sindicato, trouxe dados da região sindical.
De acordo com Oliveira, o seguro tem o papel de garantir, partindo da lógica de promessa, cobertura em momentos de dificuldades, o que, de certa forma, acaba se tornando um desafio para o setor. As pessoas ainda possuem resistência à contratação de produtos securitários, por acreditarem que estão pagando por algo não utilizado. O pensamento é, segundo o dirigente, errado: “Usa-se o seguro a partir do milésimo segundo seguinte ao da contratação”, destacou. O dirigente, no entanto, mostra-se confiante: “Se de um lado nós temos uma cobertura baixa, por outro lado, temos o mundo inteiro para ocupar”.
O seguro auto, do qual muito se discute no mercado, foi um dos assuntos de destaque da apresentação. O crescimento projetado para 2024 era de 16,1%, caindo para 13,3% em março e para 7,2% em junho, alcançando 2,7% em setembro deste ano. A variação é de 13,4 pontos percentuais. Segundo Oliveira, entre os fatores que pressionaram o número para baixo estão: falta de consumo por parte das pessoas; redução do preço de veículos; composição de veículos elétricos (crescimento de 300% na produção); e o consumo de produtos de APVS.
Seguro e clima
A Bahia se destaca como um importante polo de energias renováveis no Brasil, com 10 GW de potência outorgada e mais de R$ 9,5 bilhões em investimentos no setor solar desde 2012. O estado gerou mais de 100 mil empregos e contribuiu com R$ 3,3 bilhões em tributos, sendo responsável por 35% da geração de energia elétrica do país no primeiro semestre de 2024. Com potencial para atingir 27 GW de potência solar até 2030, a Bahia também se posiciona como um polo estratégico para a produção de hidrogênio verde, reforçando seu papel na agenda climática global.
De acordo com Oliveira, para o setor segurador, produtos como Risco de Engenharia, Responsabilidade Civil, Responsabilidade Civil Riscos Ambientais, Seguro Garantia, Grandes Riscos, Lucros Cessantes e Seguros de Transportes são essenciais. No RC ambiental, por exemplo, é possível atender usinas instaladas em áreas sensíveis, onde existe a possibilidade de riscos de danos ambientais.
Bahia, Sergipe e Tocantins
Segundo Paulo Cesar Souza Martins, presidente do SindSeg BA/SE/TO, a realização do Encontro Setorial foi fundamental para debater o impacto das mudanças climáticas no setor de seguros e como o mercado pode aproveitar essas oportunidades para crescer e proteger o patrimônio das empresas e pessoas. “Dyogo retorna à Bahia para debater e discutir muitos temas sobre o clima e as mudanças das matrizes energéticas e, obviamente, como o mercado de seguros pode aproveitar o avanço desse tema na sociedade e, automaticamente, incrementar ainda mais a receita para o nosso setor, protegendo o patrimônio das empresas e das pessoas”, comentou.
O presidente do Sincor-SE, Erico Melo, destacou a importância do encontro: “É uma ótima oportunidade para discutirmos e vermos o papel do mercado de seguros para a sociedade e, juntos, corretores e seguradores, fazermos esse mercado crescer cada vez mais”. Já o presidente do Sincor-TO, Jair da Conceição, ressaltou a aproximação com os corretores em eventos como o Encontro Setorial: “É muito importante o convívio com o corretor, conhecer corretores novos, trazer palestrantes novos”.
Entre 2007 e 2021, os seguros na região sindical — excluindo a saúde — tiveram uma participação média de 3,3% na arrecadação do Produto Interno Bruto (PIB) nacional. A região sindical, que abrange os estados da Bahia, Sergipe e Tocantins, e soma quase 19 milhões de habitantes, apresentou uma arrecadação média do PIB local de 2,1% no mesmo período.
Em termos de participação na arrecadação nacional, a Bahia contribuiu com 3,06%, seguida por Sergipe com 0,58% e Tocantins com 0,43%. Considerando a representatividade do setor em cada estado, Sergipe teve uma participação de 3,45% no PIB estadual, enquanto a Bahia e Tocantins registraram 2,66% e 2,54%, respectivamente. Os valores são referentes a 2021.
Em 2023, os segmentos de seguros que mais se destacaram na região, em termos de indenizações e benefícios, foram os de danos e responsabilidades, automóvel e cobertura de pessoas. As indenizações do seguro auto recuaram 44,5% em comparação a 2022, acompanhando a queda de 8,8% no número de roubos e furtos de veículos. Já o seguro de Transportes registrou queda de 5,5% nas indenizações, enquanto os roubos de carga diminuíram 1,5% no mesmo período, com a Bahia liderando a redução.