Antigos donos da A&G Seguros tinham voltado a atuar no mercado, com autorização oficial
IPATINGA – Uma operação conjunta de policiais civis dos estados de Minas Gerais e de Sergipe resultou na prisão do casal Adriana Alves da Silva e Gleideson Olson dos Praseres, antigos proprietários da da A&G Seguros, que funcionou no bairro Iguaçu, em Ipatinga.
Embora fosse procurada pela Justiça de Minas Gerais, acusada na companhia do marido, de dar golpes em clientes de uma corretora, Adriana estava credenciada pela Superintendência de Seguros Privados do Ministério da Fazenda, para atuar como corretora de seguros. Após a confirmação da prisão, o casal deverá ser recambiado para Ipatinga, o que ainda dependente de entendimentos entre a Justiça dos dois estados.
O casal responde a inquéritos na Delegacia da PC em Ipatinga, onde é denunciado por vítimas que contrataram seguros via corretora que os dois mantinham no Vale do Aço, sem que os valores de contratos fossem repassados às seguradoras. Mais de 50 vítimas já foram relacionadas e o valor do rombo deixado pelo casal ainda é calculado. Algumas das vítimas denunciaram o caso em 2011, conforme divulgou o Diário do Aço.
A prisão foi possível depois que o titular da Delegacia de Acervo Gilmaro Alves, com seus investigadores, conseguirem localizar o paradeiro dos investigados, que foram descobertos na cidade de Nossa Senhora do Socorro, na Região Metropolitana da capital, Aracaju.
As fotos dos foragidos, cópias dos mandados de prisão e endereços foram enviados para a Delegacia Metropolitana de Aracaju, comandada pelo delegado Ademir Da Silva Melo Junior.
As incursões feitas pelos policiais civis de Sergipe apontaram que o casal já tinha mudado de endereço, mas eles conseguiram a localização a nova residência e prendeu os dois. Em depoimento na Delegacia da PC de Aracaju, confirmaram que de fato montaram uma empresa em Ipatinga e, após passarem por problemas financeiros, fecharam a empresa e foram embora deixando em prejuízo várias vítimas.
O delegado Gilmaro Alves afirmou ao Diário do Aço que a prisão só foi possível graças a colaboração dos policiais civis de Nossa Senhora do Socorro, que compreenderam a gravidade da ação delituosa do casal e saíram em campo para tira-los de circulação.
Na residência do casal foi encontrada uma carteira da Superintendência de Seguros Privados / Corretor de Seguros o que possibilitava a Adriana Alves Da Silva a continuar trabalhando como corretora de seguros. Em depoimento, Adriana negou que o casal tenha aplicado os mesmos golpes em clientes de Sergipe.
Entenda
Investigações da Polícia Civil de Minas Gerais apontam que o casal deu um golpe que prejudicou dezenas de pessoas no Vale do Aço, quando Adriana e Gleideson abriram a empresa “Gleidson e Adriana Corretora de Seguros”, para a corretagem de seguros de veículos automotores. O andamento do inquérito foi noticiado em setembro deste ano pelo Diário do Aço.
A investigação policial confirmou que o casal recebia os valores dos planos de seguro privado e não repassavam às seguradores. Em muitos casos, as vítimas só descobriram o golpe quando se envolveram em sinistros e buscaram amparo no seguro contratado para os seus bens, ou então, quando chegavam cartas de cobranças das seguradoras.
Os valores cobrados das vítimas giravam em torno de R$ 1.400, montante que oscilava para cima ou para baixo de acordo com o valor do veículo automotor a ser segurado.
A Polícia Civil estima que somente em Ipatinga o casal deixou “um rombo de mais de R$ 50 mil.
Uma das vítimas ouvida no inquérito policial alegou ter feito um seguro de carro em 4/6/2011 por meio da corretora Gleidson e Adriana. Entretanto, no mês de outubro daquele ano recebeu uma carta de cobrança da Allianz Auto dando conta de que o seguro não havia sido pago e seu carro não estava segurado.
A vítima informou que, quando contratou o seguro, realizou o pagamento parcelado com cinco cheques, um era referente à entrada e os demais com vencimento a cada mês subsequente, todos descontados conforme o combinado, o que dava a entender que o seguro estava contratado.
Ao ser cobrado pela seguradora, o cliente descobriu que o seguro foi parcelado em seis vezes, das quais três foram quitadas e as demais ficaram em aberto. A vítima também alega que procurou a corretora, sem resolver o impasse.
Outra vítima afirmou que foi procurado por Adriana para renovar seu seguro que estava por vencer, pois era costume dela o avisar quando do vencimento das apólices. A renovação ficou em R$1.116, parcelada em quatro cheques de R$279.
Como o comunicado da contratação não chegou pelos Correios, a vítima procurou pela corretora e não a encontrou mais. Em contato com a seguradora descobriu que apenas uma parcela foi repassada pela corretora, embora três cheques estivessem descontados.
Mais uma vítima relatou que renovou o seguro de seu veículo com a corretora de Adriana pela terceira vez, pagando R$1.600 parcelados em quatro cheques.
Meses depois, ao entrar em contato com a seguradora, foi informado que o seguro de seu carro havia sido cancelado por falta de pagamento das parcelas, pois apenas uma foi quitada. O cliente também alega que não encontrou mais a corretora.
Na 1ª Delegacia Regional da Polícia Civil em Ipatinga, existem dois inquéritos contra o casal Adriana Alves da Silva e Gleideson Olson dos Praseres. Somente no segundo inquérito, na Delegacia de Acervos, foram ouvidas esse ano 29 pessoas, entre vítimas e testemunhas.
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