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Depois de EUA e Portugal, banco chega ao Japão; parceria com a rede Shinkin permitirá utilizar 8.000 agências japonesas.
A partir de outubro, brasileiros terão atendimento presencial e poderão investir em fundos, tomar crédito e comprar imóveis
Dando continuidade ao projeto de expansão internacional, a Caixa Econômica Federal chega oficialmente ao Japão. Esta semana, a presidente da instituição, Maria Fernanda Ramos Coelho , e o vice-presidente de Ativos de Terceiros, Wilson Risolia, visitam o país para se encontrar com autoridades locais. As audiências oficializam a abertura do primeiro escritório internacional da CAIXA, que deve começar a funcionar em outubro, em Hamamatsu, onde vivem 20 mil brasileiros. Em novembro será aberta uma unidade, também, em Nova Jersey (EUA).
Para a presidente da CAIXA, a abertura de escritórios no exterior estreitará os laços com os brasileiros residentes fora do país, permitindo orientação com um atendimento presencial. “Com essas unidades poderemos também estimular a aquisição (oferecer) de produtos do nosso portifólio, como poupança, letras hipotecárias e previdência privada e, futuramente financiamentos habitacionais, investimento em fundos e crédito”, afirma Maria Fernanda. “Estudos apontam que quase a totalidade dos emigrantes residentes no Japão pretendem voltar ao Brasil. Por isso, para eles, comprar um imóvel no Brasil e poder pagar por lá é muito importante”, avalia a executiva.
Segunda principal fonte de remessas de recursos via emigrantes, o Japão injetou, apenas no ano passado, cerca de US$ 2,2 bilhões na nossa economia, de acordo com dados do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). O país, onde residem atualmente 300 mil brasileiros, fica, em volume de remessas, atrás apenas dos Estados Unidos, que em 2005 enviou US$ 2,7 bilhões.
“Isso é resultado, principalmente, da forte economia do país. Além disso, praticamente 100% dos brasileiros residentes no Japão são legais e têm renda formal. Por isso, não há motivo para que as remessas registradas pelo Banco Central tenham sido apenas US$ 615 milhões, bem abaixo das estimativas do BID”, afirma Maria Fernanda.
Segundo ela, uma das maiores dificuldades dos brasileiros é o entendimento da língua. “A nossa parceria com a rede Shinkin, que é um banco de varejo como a CAIXA, estabeleceu que os terminais eletrônicos disponibilizem todas as informações e oferta de operações em português”, diz.
AGENDA – N o dia 31, os executivos da CAIXA reúnem-se com o prefeito de Hamamatsu, Yasuyuki Kitawaki, e o presidente da Câmara de Comércio e Indústria da metrópole, Masakuni Nakayama. Ainda, no Japão, Maria Fernanda e Wilson Risolia encontram-se com o prefeito de Iwata, Nozomu Suzuki, e com os dirigentes do banco Iwata Shinkin Bank, com quem a CAIXA tem parceria para realização de remessas de recursos. Está prevista também uma coletiva com as imprensas japonesa e brasileira, na companhia do presidente do Iwashin, Shouzo Takagi.
Na capital japonesa, Tóquio, no dia 1º, os executivos serão recebidos pelo presidente e pelos membros do conselho diretor do Shinkin Central Bank e visitam a Embaixada do Brasil. A agenda também inclui, no dia 02/09, reunião com empresários japoneses e visita à Yamaha Motors – onde se encontrarão com a comunidade de brasileiros que trabalham na indústria.
REMESSAS INTERNACIONAIS – No primeiro semestre de 2006, a CAIXA recebeu um total de US$ 16,1 milhões e pagou, em remessas internacionais, o montante de R$ 35 milhões, com uma média mensal de R$ 5,9 milhões, representando crescimento de 1.318% em relação à média apresentada em igual período de 2005. Foram abertas 3.976 contas pela Internet por brasileiros que moram no exterior.
A CAIXA também atua no exterior transferindo conhecimento e experiências de sucesso, contribuindo para capacitar recursos humanos e fortalecer instituições com tecnologia bancária, desenvolvimento urbano, saneamento, habitação e transferência de benefícios. Possui acordos de cooperação técnica com os governos alemão e francês e com várias prefeituras italianas. Além disso, mantém parcerias com a República Dominicana, na América Central, e com os africanos Marrocos, São Tomé e Príncipe e Namíbia.
“A meta da CAIXA é avançar no mercado internacional, em busca de captação de recursos que contribuirão com o desempenho de seu papel de instituição financeira do governo federal. Os próximos passos já estão sendo estudados e deverão viabilizar a atuação do banco em outras áreas desse mercado europeu”, acrescenta Maria Fernanda.
ESCRITÓRIOS E PARCERIAS – As representações no Japão e nos Estados Unidos permitirão à CAIXA potencializar as ações naquele país, especialmente por meio de bancos parceiros e correspondentes, atendendo dessa forma aos brasileiros que residem nesses países, orientando sobre operações bancárias. A presença no exterior também possibilitará que o banco ofereça outros produtos, como financiamentos habitacionais, aplicação em fundos e crédito comercial.
No Japão, o escritório da CAIXA será instalado na cidade Hamamatsu, onde residem atualmente 20 mil brasileiros A partir da segunda semana de setembro, será possível remeter dinheiro ao Brasil por intermédio de qualquer agência do Iwata Shinkin Bank. O banco japonês tem 35 agências com mais de 5.000 clientes brasileiros e está interligado a uma rede de 297 bancos regionais, com cerca de 8.000 pontos de atendimento em todo o Japão.
Desde 2004 a CAIXA oferece o serviço de e-conta ( www.caixa.gov.br ), por meio do CAIXA Internacional, em mais de 75 países. No ano passado assinou parceria com o bcpbank, nos Estados Unidos, e também com a rede Millenium Bcp, em Portugal, para envio de remessas por meio das agência conveniadas.