A consolidação do mercado de capitais com a forte valorização das ações aliada à política de redução das taxas de juros aumentou a procura por fundos de previdência complementar com perfil de renda variável. O setor, que antes era um dos mais refratários a este tipo de investimento, poderá se tornar um dos mais ativos na busca por aplicações em ações. A Brasilprev Seguros e Previdência, uma das maiores empresas de previdência complementar do país – formada pelo Banco do Brasil (49,99% do capital), pelo Principal Financial Group (46,01%), e o Sebrae (4%) – está ampliando sua família de fundos compostos (modalidade que permite aplicar até 49% em ações).
Para atender a demanda, a Brasilprev criou um fundo composto (Composto 49D) que vai aplicar até 49% em ações de empresas com histórico de pagamento de bons dividendos (parcela do lucro distribuída pelas companhias aos acionistas), destinado a clientes do segmento alta renda. Segundo José Eduardo Vaz Guimarães, seu diretor de produtos e mercados, “detectamos que além do aumento da demanda por fundos de previdência com aplicações em ações, havia também um procura por novas opções na renda variável”.
Entre as empresas que participarão da carteira do fundo de dividendos, Guimarães cita Ambev, Vale do Rio Doce e Fosfértil. Em dois meses, o fundo já superou as expectativas e acumula patrimônio superior a R$ 41 milhões. “O dividendo gera relativa proteção ao fundo, mantendo-o mais estável do que os demais compostos”, ponderou o diretor.
Além do aumento do apetite pela renda variável, Guimarães diz que o consumidor está mais consciente da importância de investir no longo prazo. “Dos clientes que aplicaram no fundo que busca o retorno do dividendo, 70% optou pela tabela regressiva para o pagamento do imposto de renda”, contou. Nessa tabela, a alíquota de IR incidente no regaste do investimento cai para 10% a partir do décimo ano.
A Brasilprev, que tem 14 anos de atuação no mercado e 1,9 milhão de clientes, conta com reserva de R$ 15 bilhões. Sua estratégia para a renda variável passa pela oferta de uma família crescente de fundos compostos. Atualmente, já oferece ao mercado vários produtos. O Composto20, que aplica de 15% a 25% dos recursos na renda variável; o Composto49, que aplica até 49% em ações de primeira linha e a família Ciclo de Vida, que são fundos compostos com resgate em 2020, 2030 e 2040 e redução da exposição em ações à medida em que se aproximam do resgate.