O crescimento de mais de 30% previsto para 2004 animou a Royal & SunAlliance (RSA) a alçar o país ao posto de prioridade da seguradora, que é a segunda maior do Reino Unido. O principal executivo da companhia em nível mundial (CEO), Simon Lee, está pela segunda vez este ano no Brasil e cogita até o crescimento por meio de aquisições. “Estamos preparados para crescer organicamente, mas não descartamos comprar uma outra empresa, caso apareça uma boa oportunidade”, disse Lee.
Impressionado com a economia brasileira e com os resultados apresentados pelo escritório local, ele decidiu trazer seus principais executivos do mundo todo para ver isso de perto. Hoje e amanhã, 25 diretores-presidentes regionais estarão reunidos no Rio, local escolhido por Lee para fazer a conferência mundial da Royal & SunAlliance. “Queremos mostrar essa experiência bem-sucedida que estamos tendo aqui”, disse o executivo. A RSA é uma das cem maiores empresas do Reino Unido.
A seguradora está presente na América Latina, Ásia, Europa e Leste Europeu, além dos EUA e Canadá. Além do Brasil, a RSA deposita boas expectativas no México e na Índia, onde vem obtendo bons resultados. No mundo todo, o faturamento chega a US$ 10 bilhões.
Segundo Thomas Batt, responsável pela operação brasileira, a estratégia local foi direcionar o foco. Em janeiro foi extinta uma carteira de automóveis para pessoas físicas, resquício pré-fusão da Royal com a SunAlliance, em 1997. “Com isso, estamos focando nos nichos em que temos uma expertise grande e em que somos muito competitivos, ou seja, a área corporativa e industrial, principalmente de transportes e portos, engenharia, propriedade e frotas comerciais”, explicou Batt.
Uma das apostas para o próximo ano é o aumento das exportações e das importações. “Atuamos muito forte nos seguros para cargas”, explica Batt. “E, embora ainda exista uma cultura no Brasil de fazer os seguros de exportação no país que fez o pedido, isso está mudando aos poucos, até porque as recentes mudanças no Código Civil geram alguns estímulos a fazer as apólices aqui”, diz. Com a liquidação da carteira de automóveis, que gerou um forte impacto nas contas da empresa em janeiro, até o terceiro trimestre os prêmios retidos da RSA cresceram 14%. Descontado o impacto da liquidação, o crescimento foi de 33%. Hoje a carteira está em R$ 175 milhões.
Os executivos lembram ainda que esses percentuais correspondem ao aumento dos prêmios retidos, o que é bem diferente dos prêmios emitidos, indicador que o mercado local costuma usar. Segundo Batt, a RSA tem 3% de ‘market share’ no Brasil, mas as metas não estão atreladas ao aumento de market share. “O objetivo é continuar crescendo a essa taxa média de 20% ao ano”, diz Bratt.