A exposição Segall Realista, para comemorar o cinqüentenário de falecimento de Lasar Segall e os 40 anos de existência do Museu Lasar Segall/IPHAN-MinC, chegará ao Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, no início de agosto. Com cerca de 150 obras, entre pinturas a óleo, aquarelas, desenhos, gravuras e esculturas, a exposição começa o circuito hoje, por são São Paulo, no centro Fiesp, Galeria de Arte do Sesi. Depois, poderá ser apreciada no Museu Oscar Niemeyer, em Curitiba, a partir do início de abril. Com entrada gratuita, o patrocínio é do Grupo Bradesco de Seguros e Previdência.
A produção “segalliana” representou a maior prova de que os artistas ligados às vanguardas européias tinham deixado o experimentalismo para advogarem o retorno ao realismo. O raciocínio, de Mário de Andrade, foi o ponto de partida para a seleção das obras feitas pelo curador Tadeu Chiarelli, um dos principais especialistas em arte moderna brasileira.
Grande parte da exposição é composta por significativas obras do acervo do Museu Lasar Segall/IPHAN, como Interior de Pobres II, Encontro e Pogrom, além de obras de instituições culturais e de colecionadores particulares, a exemplo das pinturas Morro Vermelho, de uma coleção privada; Retrato de Mário de Andrade, do Instituto de Estudos Brasileiros e Bananal, da Pinacoteca do Estado. O visitante também poderá conferir algumas esculturas do artista, como Dois torsos.
A mostra aposta na possibilidade de apresentar a obra de Lasar Segall fora de seu recorrente enquadramento, que sempre a associou ao expressionismo histórico. Aborda a produção do artista inserida no complexo quadro da pintura brasileira e internacional do período entre guerras. Foi justamente nesta época que a obra de Segall alcançou o amadurecimento, ao captar influências originadas das mais variadas fontes estilísticas, que assumiam como denominador comum a fidelidade ao real aparente.
VARIEDADE. Na exposição, o público poderá acompanhar como o artista trafega por essa linha comum a vários artistas fundamentais do período, sempre em busca de uma articulação própria do compromisso tácito com a realidade. “Uma mostra como essa dá nova luz à visão crítica da obra segalliana”, diz Denise Grinspum, diretora do Museu. “Embora divulgue a obra de Segall há 40 anos, ainda há visões novas a se apresentar e por isso essa curadoria é muito oportuna”, completa Denise.
Idealizado por Jenny Klabin Segall – viúva de Lasar Segall -, o Museu Lasar Segall foi criado em 1967 por Mauricio Segall e Oscar Klabin Segall, filhos do artista. Hoje, integra o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, do Ministério da Cultura, como unidade especial. Seu principal objetivo é conservar, pesquisar e divulgar a obra de Lasar Segall.
Com um acervo de 3 mil trabalhos do artista, constitui-se em um importante centro de atividades culturais nas áreas de Gravura, Fotografia, Criação Literária, além de abrigar uma biblioteca especializada em Teatro, Ópera, Dança, Cinema, Fotografia, Rádio e Televisão e extensa documentação sobre a vida e a obra de Lasar Segall. O Museu conta ainda com uma sala de cinema de 92 lugares, o Cine Segall, onde são exibidos filmes do circuito de São Paulo. Mais detalhes sobre o Museu Lasar Segall – www.museusegall.org.br