Notícias | 8 de agosto de 2006 | Fonte: EXAME

Bradesco bate recorde com lucro de R$ 3,131 bilhões

Maior na história dos bancos, lucro no primeiro semestre foi 19,5% superior ao registrado no mesmo período do ano passado e deve-se, principalmente, a tarifas e crédito

Por Francine De Lorenzo

EXAME O Bradesco teve o maior lucro em um semestre da história dos bancos e o terceiro melhor resultado entre todas as companhias de capital aberto da América Latina. Como anunciou nesta segunda-feira (7/8), o maior banco privado do Brasil registrou um lucro líquido de 3,132 bilhões de reais nos primeiros seis meses do ano — valor 19,5% superior aos 2,621 bilhões de reais registrados no mesmo período do ano passado. Segundo a consultoria Economática, o lucro do Bradesco no primeiro semestre ficou apenas atrás do resultado de dois gigantes: a Companhia Vale do Rio Doce e a mexicana América Mobil (veja tabela abaixo).

Os ganhos do Bradesco foram impulsionados pela receita gerada por tarifas bancárias – que correspondeu a 25% do lucro do semestre – e com a concessão de crédito, que teve participação de 23% nos lucros. A instituição elevou em 30,2% sua carteira de crédito, incluindo avais e fianças, totalizando 102 bilhões de reais. O maior crescimento ficou por conta dos empréstimos a pessoas físicas, que foi de 39,9% com 10,8 bilhões de reais destinados a novos empréstimos.

As operações mais procuradas foram as de crédito consignado, que cresceu 120,5%, chegando a 1,228 bilhão no final de junho deste ano. No crédito pessoal, o crescimento foi de 51,3%, totalizando 10,222 bilhões emprestados e, no cartão de crédito, de 74,3%, somando 4,157 bilhões, incluindo os recursos da American Express Card.

Crédito em alta

“A demanda deve continuar subindo. Acreditamos que o crescimento nos próximos seis meses deve girar em torno de 20% a 25%, com grande procura por parte de pessoas físicas, micro, pequenas e médias empresas”, afirma o presidente do Bradesco, Márcio Cypriano. Ao todo, a carteira de crédito do banco conta com 37,560 bilhões de reais em empréstimos a pessoas físicas, 25,112 bilhões de reais a grandes empresas e 25,971 bilhões a pequenas e médias empresas.

O crescimento da carteira, no entanto, fez com que a instituição elevasse também sua provisão para devedores duvidosos. O valor passou de 1,197 bilhão em 2005 para 2,054 bilhões este ano, um incremento de 71,2%. Nos últimos 12 meses, a inadimplência subiu de 3,2% para 4,2%. “Mas isso não é fator de preocupação. O aumento deve-se a mudança na composição da carteira de crédito, que passou a contar com maior participação de pessoas físicas, historicamente com maior inadimplência”, afirma Cypriano. De acordo com o presidente do Bradesco, o aumento da provisão e das perdas em função da inadimplência não significa que o banco esteja adotando uma estratégia errada. “O que importa é o crescimento da margem líquida, que continua crescendo”, diz.

A receita com tarifas também teve forte alta, 20,8%, totalizando 4,131 bilhões no primeiro semestre. De acordo com Cypriano, o resultado deve-se ao aumento na base de clientes, que incluiu cerca de 1 milhão de novas contas nos últimos 12 meses.

Seguros e Previdência

A Bradesco Seguros e Previdência registrou lucro líquido de 1,041 bilhão nos primeiros seis meses do ano, 30,1% a mais que no mesmo período de 2005. A área de seguros, que foi responsável por 33% do resultado da subsidiária do Bradesco, teve seus resultados impulsionados pela redução dos sinistros no ramo de saúde e pelo aumento na demanda por seguro residencial, que apresenta baixos índices de sinistralidade. Até junho, a empresa contabilizava 17,308 milhões de clientes, 5% a mais que no mesmo mês de 2005.

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