Notícias | 19 de dezembro de 2003 | Fonte: Monitor Mercantil

Bancos e seguradoras sob ameaça externa

Comenta-se, em meios empresariais, que devido à adesão brasileira ao acordo internacional Basiléia II, não apenas bancos, mas o mercado segurador terá de passar por mudanças nos próximos anos. No mundo desenvolvido, o setor de seguros já está sendo submetido a novos critérios de demanda de capital e princípios de supervisão. Estão sendo alteradas normas de resseguros, nível de provisões técnicas, política de investimentos, gerenciamento conjunto de ativos e passivos e riscos operacionais.

Antonio Marques Duarte Júnior, professor do Ibmec, destaca que nos Estados Unidos houve adaptação mais rápida às novas exigências, com base no fato de que mais capital deve ser alocado para fazer face a riscos assumidos pelos seguradores e que a Europa agora passa por essa etapa. Segundo o especialista, isso significa que, no Brasil, bancos e seguradoras terão de ser submetidos a novas regras, que incluem gestão de riscos corporativos, maior transparência operacional e supervisão independente.

Alguns analistas concluem que, diante da crescente exigência de maior capital para operações bancárias e de seguros, a tendência à concentração é cada vez maior. E, como o Brasil é um país carente de capitais, teme-se que as novas regras impliquem, na prática, em maior desnacionalização desses setores. Resta torcer para que o capital nacional consiga formas de se fortalecer e evitar uma transferência excessiva de controle para grupos internacionais em setores essenciais para a soberania econômica nacional.

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