Pesquisa revela que ataques cibernéticos cresceram 38% no Brasil, apenas no primeiro trimestre de 2024, em comparação com o ano anterior. Essas informações foram divulgadas pelo jornal Valor Econômico, na última terça-feira (30). O levantamento foi realizado pela plataforma Check Point Research, programa de segurança cibernética.
Outro dado que o Valor trouxe, divulgado pela empresa de pesquisas Cybersecurity Ventures, é de que os ataques cibernéticos podem custar ao mundo em torno de US$ 10,5 trilhões.
Considerando tais dados, as seguradoras estão aumentando a oferta para o segmento de segurança digital, a multiplicação da cultura cibernética dentro das empresas e, consequentemente, a maior incidência de ataques, fortalecendo esse ramo. Globalmente, esse mercado deve alcançar US$ 22,3 bilhões no ano de 2025 e US$ 33,3 bilhões em 2033, de acordo com estimativas da Munich Re, também divulgadas na matéria do Valor Econômico. No ano de 2019, o setor movimentou apenas US$ 5,8 bilhões, mostrando um crescimento expressivo.
Em entrevista ao Valor, o diretor de TI da Bradesco Seguros, Alexandre Arias, conta que a companhia firmou, no ano passado, uma parceria com a Swiss Re, após um crescimento de 25% na demanda, no intuito de aumentar o portfólio. Pensando em pequenas e médias empresas com faturamento de até R$ 160 milhões, foram criadas ofertas conjuntas, como o seguro para riscos cibernéticos PME, com prêmios que variam de acordo com os riscos enquadrados, podendo chegar até R$ 2 milhões, sendo esse o valor de perda máxima por apólice.
“Nosso produto torna acessível o seguro contra ciberataques às pequenas e médias empresas, que nem sempre contam com departamentos de proteção digital ou têm fôlego para manter grandes investimentos em tecnologia e segurança”, diz Arias.
Eduardo Rocha, CEO e cofundador da Bluecyber, startup do ramo de seguros, especializada em personalizar seguros contra ciberataques para empresas menores, compartilhou, em entrevista ao Valor, um exemplo de um caso em um escritório de advocacia que teve o sistema de computação em nuvem invadido por hackers em 2022, levando a um prejuízo de R$ 1,8 milhão, pois nao tinha seguro contra esse tipo de risco.
“A apólice com cobertura de até R$ 2 milhões, nesse caso, teria custado cerca de R$ 1 mil por mês”, calcula Claudio Macedo, outro cofundador da Bluecyber, também em conversa com o jornal.
O segmento tem hoje uma expansão que oferece diversas coberturas, como vazamento e roubo de informações sigilosas e extorsões, no caso de sequestro de dados e uso de deepfakes, contribuindo para a segurança das companhias, e economia no caso de ataque, considerando o prêmio da apólice.