Notícias | 3 de novembro de 2003 | Fonte: Gazeta Mercantil

Aumenta concorrência no automóvel

A guerra na venda de seguro de carro continua forte entre as seguradoras, sejam elas nacionais, estrangeiras, independentes ou ligadas a bancos. Quanto mais o volume de prêmios registra queda real, mais intensifica-se a briga entre as seguradoras como mostram os intensos lançamentos de serviços agregados ao produto.
Desde janeiro deste ano, a carteira movimentou prêmios de R$ 6,6 bilhões, alta nominal de 8% em relação ao mesmo período de 2002. Segundo um estudo elaborado pela Itaú Seguros, porém, considerando-se o IGP-M, o segmento deverá encerrar o ano com queda real de 12,1%. Mas, há um discussão em torno do potencial do setor. Alguns executivos afirmam há anos que o setor tem muito para crescer, enquanto outro grupo de seguradores argumenta que nem todo carro é segurável.
A média de idade da frota brasileira é de 13 anos. Estima-se que dos 11 milhões de automóveis com menos de 10 anos em circulação, 60% tem seguro. Se considerarmos os carros com menos de seis anos, 86% deles estão cobertos. Como a maioria das seguradoras não se interessa por veículos com mais de 10 anos de uso, como mostra a falta de oferta de produtos, a briga das companhias fica restrita aos compradores de carros novos, um segmento que registra queda. Conforme dados da Anfavea, o licenciamento de veículos novos, índice que mostra o comportamento das vendas no mercado interno, cresceu 24,1% em setembro em relação a agosto, para 125 mil unidades. Sobre setembro de 2002, houve queda de 3,6%. Mesmo dentro desse perfil, há níveis de disputa.
Poucas querem os consumidores nas faixas de 18 a 25 anos e entre 46 e 56 anos, que apresentam elevado grau de risco, com nível de sinistralidade que supera os 80%, dado da Fenaseg. São os que mais se envolvem em acidentes de trânsito ou têm o carro roubado. O pote de ouro está concentrado no grupo de 36 a 45 anos. São consumidores mais cautelosos no trânsito, provocam menos sinistros. No ano passado, geraram receita de R$ 1,4 bilhão para as seguradoras, com o índice de pagamento de indenizações situado em torno de 70%. Diante disso, de serviços a sorteios, as empresas procuram inovar seus produtos para conquistar o motorista que já tem seguro mas que está insatisfeito com a atual seguradora.
A Bradesco Seguros lidera o ranking de automóvel no Brasil, sem considerar o seguro obrigatório DPVAT, com prêmios de R$ 1,14 bilhão de janeiro a setembro deste ano, alta nominal de 21,8% em relação ao mesmo período do ano passado. Este foi o melhor índice de crescimento entre os dez maiores grupos. Em segundo lugar no ranking nacional vem a Porto Seguro Seguros, uma das pioneiras em priorizar investimentos em serviços e produtos para os excluídos, como jovens e taxistas. De janeiro a setembro registrou prêmios de R$ 1,03 bilhão, volume 6,7% superior ao mesmo período de 2002. A Sul América Seguros, sócia do grupo holandês ING, ocupa a terceira colocação no ranking, com prêmios de R$ 972,3 milhões acumulados nos nove meses deste ano. A Itaú, com o segundo maior índice de crescimento entre as dez maiores, com 20,7%, acumulou prêmios de R$ 541 milhões até setembro deste ano, ficando com a quarta colocação.
A novidade da Itaú para incrementar as vendas foi agregar sorteios. Desde outubro do ano passado, a Itaú sorteia semanalmente R$ 15 mil entre os compradores de seguro de automóvel e dá R$ 10 mil para o corretor da apólice dos ganhadores. A quinta colocação é da Real Seguros, do grupo ABN Amro, com prêmios de R$ 383 milhões. A Mapfre Vera Cruz Seguros e Previdência ocupa a sexta colocação, com R$ 357 milhões. Da sétima a nona colocação, as seguradoras apresentam queda nas vendas. A Unibanco-AIG Seguros vem em sétimo, com R$ 331 milhões acumulados até setembro deste ano, queda de 8,6% em relação ao mesmo período de 2002. A Marítima Seguradora, que sempre tem uma novidade tanto para o segurado como para o corretor, gerou vendas de R$ 256 milhões, queda de 9,1%. A AGF Brasil Seguros, a nona colocada, movimentou prêmios de R$ 247 milhões, baixa de 11,1%. E, por fim, a Liberty Paulista, a décima maior em vendas de seguro automóvel do Brasil, com prêmios de R$ 233 milhões até setembro, alta de 2,3% em relação ao mesmo período do ano passado

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