Os Corretores de Seguro que atuam nas cidades pequenas do Brasil não têm as mesmas condições de trabalho dos profissionais que ficam nas capitais. As principais dificuldades que eles enfrentam são a falta de assistência e a distância dos grandes centros urbanos.
“O maior empecilho é a distância da seguradora, a mais próxima fica a 650 km. Isso dificulta o contato com as seguradoras e o treinamento pessoal. Por conta da distância, a gente não consegue participar de fóruns, debates, workshops e palestras sobre os assuntos relacionados ao setor. Não conseguimos nos comunicar com outros corretores e seguradoras presencialmente para saber como anda o mercado de forma mais clara. As informações que temos são pela Internet”, explica o corretor Edson Antônio Farias, corretor e sócio proprietário da Edson Seguros, que fica em Cajazeiras, na Paraíba.
Ele informa que na cidade não existe sindicato dos corretores e a população não entende muito bem a relevância do seguro.
“A população não conhece os produtos. São poucas pessoas para divulgar, vender e distribuir os produtos. Por isso não conseguimos alavancar mais o negócio em termos quantitativo. Para suprir isso, eu tenho uma comunicação muito boa com meu cliente, ligo para oferecer serviços e assistências na residência, que eles têm direito ao contratar um serviço. Eu ligo para ele de forma ativa. Se eu não fizer, ele não lembra que tem o serviço, não utiliza e eu não consigo mensurar o produto”.
Fernando Sandes, corretor de seguros na cidade de Paulo Afonso, na Bahia, também aponta a assistência das seguradoras em relação a sinistros como um ponto negativo na atuação em cidades pequena.
“Quando um carro bate e há a necessidade de alguma assistência na capital, no dia seguinte já tem alguém para liberar o sinistro. Na cidade pequena, às vezes demora 15 dias para um prestador fazer a liberação do serviço do carro”.
Ele ressalta que a distância entre corretora e seguradora dificulta a venda dos produtos. Fernando reforça ainda a importância do esclarecimento das pessoas sobre o assunto.
“Em Paulo Afonso há um esclarecimento melhor, mas tem cidades do interior que as pessoas não têm noção do que é o seguro. Os vendedores têm o interesse de esclarecer aos seus clientes à necessidade da contratação dos produtos”.