A Assist-Card, empresa especializada em assistência a viagens – um pacote que inclui seguro médico, de vida e perda de bagagem – completa este mês 30 anos de Brasil. Em meios às comemorações, traçou a meta de crescer em 2008 o dobro de sua idade. Ou seja, a previsão é aumentar o faturamento em pelo menos 60% este ano.
O Brasil já representa 23% das receitas da Assist na América Latina e a meta é aumentar essa participação. O crescimento do número de viagens ao exterior, influenciado pela queda do dólar e pelo crescimento da economia, tem aumentado a procura pelo cartão da Assist. Em média, são vendidos 100 mil plásticos por ano, para agências ou operadoras de turismo, que passam para o produto para o consumidor final. Outro cliente da Assist são empresas. As 150 maiores companhias do país compram os planos para seus executivos.
Além do dólar e da economia aquecida, o reflexo nas vendas também é sentido pelo fato de alguns países europeus, que participam do Acordo de Schengen, passarem a exigir do viajante o seguro viagem. Países como Alemanha, Bélgica, Espanha, França, Noruega e Portugal estão nesse grupo e sem um plano contratado aqui no Brasil, o turista ou o executivo pode ser barrado.
Não há dados oficiais sobre as milhares de pessoas que viajam do Brasil para o exterior todo ano. O Banco Central divulga os gastos de brasileiros no exterior, que vêm crescendo consideravelmente. Este ano, até maio, foram US$ 2 bilhões, frente a US$ 707 milhões no mesmo período do ano passado.
Já o seguro-viagem (ou seguro turístico) é uma das modalidades que mais cresce no mercado. Os últimos números mostram expansão de 54% nas vendas este ano, até abril. Os prêmios somaram R$ 5,2 milhões, segundo os dados mais recentes da Federação Nacional de Previdência Privada e Vida (Fenaprevi).
De passagem por São Paulo para as comemorações dos 30 anos, o húngaro Nicolas Keglevich, presidente mundial da Assist-Card, falou ao Valor que o principal objetivo da empresa é oferecer muito mais que um simples seguro. O pacote de assistências da empresa tem apólices, todas da seguradora Ace, mas possui também outros serviços. Entre eles, um que poucas pessoas gostam de pensar, mas que é bastante complicado e envolve várias visitas a consulados, a repatriação de cadáveres.
Também há assistência jurídica e até pessoal, com dicas de restaurantes e shows nas cidades visitadas, sempre na língua da pessoa que fez o plano. “Uma seguradora se limita a pagar o sinistro. Nós vamos além.” Para quem teve a bagagem perdida pela companhia aérea, a empresa dá um dinheiro extra, para a compra de roupas nos primeiros dias. Há ainda cobertura para regresso antecipado em caso de sinistro grave na residência do titular do cartão.
Na rede médica e odontológica, a Assist-Card tem convênios com 150 mil pontos em 100 países, que incluem clínicas e laboratório, em países que vão dos Estados Unidos a Cuba. Este ano, por conta das Olimpíadas na China, a empresa reforçou sua atuação no país, quadruplicando a estrutura. Países como a Venezuela, têm todos os seus atletas olímpicos cobertos pelo plano de assistência da empresa.
Mundialmente, a Assist-Card fatura US$ 240 milhões e vende 6 milhões de cartões por ano. A empresa, de origem suíça, tem o capital fechado.