Notícias | 5 de agosto de 2003 | Fonte: Seguros.com.br

As Vantagens do Cadastro Único de Corretores de Seguros

As reduções do custo operacional – as chamadas despesas administrativas – e da burocracia representam uma constante busca do setor de seguros. O cadastro único de corretores é uma das questões que hoje se encontram em evidência na mídia e que, se buscarmos seguir os bons exemplos já existentes e potencializarmos sua implementação com o uso de tecnologia, podem proporcionar essa tão almejada redução.
Atualmente, cada seguradora gere seu próprio cadastro de corretores ativos, ou seja, o profissional que deseja distribuir os produtos da seguradora X, on-line ou off-line, precisa disponibilizar uma série de documentos para comprovar sua regularidade para essa empresa. Como é de conhecimento geral, cada corretor trabalha com várias seguradoras e vice-e-versa. Dessa forma, os dois precisam despender tempo para atender a essas exigências burocráticas, além de arcar com os custos das mesmas. Essa instância configura-se num entrave para a agilidade que o comércio, principalmente o eletrônico, demanda e ambas as partes, corretor e seguradora, são prejudicados. A solução é criar um cadastro de corretores unificado, para que seguradora e força de vendas possam potencializar sua parceria.
A proposta atual recomenda que se crie uma base cadastral de corretores por meio de uma convenio entre a Federação Nacional das Empresas de Seguros (FENASEG) e a Federação Nacional de Corretores de Seguros (FENACOR). O BDCor, Banco de Dados do Corretor de Seguros, será apresentado ao mercado do Rio de Janeiro no dia 06 e, em São Paulo, no dia 12. A iniciativa, além de válida e louvável, é o começo para um cadastro realmente completo e operacional, que elimine o oneroso e ineficiente sistema atual. Este empreendimento acolhe inicialmente os dados cadastrais, mas ainda não atesta a regularidade fiscal dos profissionais, logo, continuará demandando tempo e despesas das seguradoras e dos corretores para que esse requisito seja comprovado. A solução para esse problema poderá vir de um exemplo do governo no cadastro de seus fornecedores.
Antigamente, cada órgão público geria seu próprio cadastro de prestadores de serviços e fornecedores. Com isso, havia demanda de grandes gastos administrativos, pois cada fornecedor deveria manter seus dados cadastrais e fiscais atualizados em cada instituição para o qual pretendesse prestar algum serviço. Observando a ineficiência do modelo, foi criado o SICAF.
O SICAF é um cadastro eletrônico dos fornecedores do governo federal, gerenciado pela Secretaria de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento. Esse sistema integra diversos cadastros – Receita Federal, FGTS, Dívida Ativa do Tesouro e Previdência Social – e atesta a regularidade fiscal das empresas interessadas em fazer contratos com o governo federal. O SICAF simplifica as exigências a serem cumpridas pelas empresas, já que o cadastramento é feito uma única vez e tem validade para qualquer órgão ou entidade, em todo o território nacional. Além disso, o sistema aumenta a segurança da administração pública nas contratações, uma vez que todas as suas informações são compartilhadas em rede e permanentemente atualizadas.
Um dos mais importantes avanços proporcionados pelo SICAF reside no acesso por meio da Internet. Os fornecedores do governo federal podem consultar no site www.comprasnet.gov.br a sua situação cadastral, atualizar seus dados e ainda ter acesso a editais, avisos e resultados de licitações. O SICAF representa um ótimo exemplo do uso de tecnologia – em especial, da Internet – para dinamizar as rotinas de vendas.
Seguindo esse modelo bem sucedido, o setor de seguros poderia pensar em desenvolver, a partir da SUSEP e em convênio com a Receita Federal, o FGTS, a Dívida Ativa do Tesouro e o INSS, a complementação dessa base eletrônica única para certificar os corretores cadastrados como aptos a prestar serviços para qualquer seguradora. Isso reduziria burocracia e gastos, dinamizando a relação entre a empresa e sua força de vendas. Bastaria um clique para que a seguradora pudesse atestar a regularidade de seus corretores e outro clique para que esses pudessem manter seu cadastro atualizado.
Na era informação, com as facilidades que a internet proporciona, parece-me mais que óbvia e natural, a necessidade de se usar tecnologia para otimizar o processo de vendas. Se o comércio eletrônico já está consolidado, já existem sites de seguradoras e corretores, extranet para corretores, sites especializados no ramo que oferecem estudos e pesquisas, ou seja, se a internet já ocupa um papel representativo e fundamental no mercado segurador, por que não reforçar essa posição por meio da aliança entre órgãos públicos e aperfeiçoar esse importante ramo da economia? Não faltam meios. Não faltam iniciativas.
Autor: Manuel Matos – Webstrategy

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