A arrecadação do setor deve ser 11% maior em 2024, um ponto percentual acima da revisão das projeções apresentadas na Conjuntura nº 105, de junho deste ano. A estimativa é da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), que, apesar do aumento, destaca que o número é 0,7 ponto percentual abaixo da previsão divulgada em dezembro de 2023.
No segmento de Cobertura de Pessoas, a projeção de crescimento saltou de 8,4%, em dezembro de 2023, para 15,1% na projeção atual. Seguros de Vida e Prestamista, além dos planos da Família VGBL, puxaram a alta.
Destaque positivo também para a Previdência Aberta com expansão prevista de 15,9%, +1,8 p.p. a mais que o estipulado na projeção de junho e 7,8 p.p. acima do estimado em 2023, puxado pela Família VGBL. Ramos como Habitacional, o Garantia e o Fiança Locatícia tiveram destaques positivos.
Os seguros do grupo de Riscos Financeiros tem arrecadação projetada em 21%, elevação em 1,0 p.p. em relação ao que foi calculado para 2023. Sob o guarda-chuva, a Fiança Locatícia subiu de 18,0% para 22,1% e o Garantia de 24,3% para 29,1%. No caso deste último produto, o presidente da CNseg tem expectativas de mais crescimento, considerando a cláusula de retomada no seguro garantia para obras públicas, cujo Governo de Mato Grosso lançou a primeira licitação em abril.
“A licitação foi muito bem sucedida. Várias empresas do segmento participaram oferecendo apólices para as empresas que estavam na licitação. O produto tende a crescer muito e a ajudar o país na qualidade e continuidade das obras”, disse Oliveira.
A CNseg prevê ainda um cenário positivo para o Seguro Habitacional em 2024. O produto deve ampliar em 3,1 p.p., passando de 9,8% para 12,9%.
Saúde Suplementar
O setor prevê que a arrecadação de Saúde Suplementar encerre 2024 com alta de 10% (+2,0 p.p. acima do estimado em junho). A projeção de já era esperada pela CNseg, segundo o divulgado em dezembro de 2023, na Conjuntura nº97.
PIB, IPCA e Selic
A CNseg também revisou as estimativas macroeconômicas para o ano. A projeção de PIB para o ano subiu para 3%, o IPCA subiu para 4,1% e a Selic para 11,75%.
Segundo Oliveira, a atividade econômica esteve aquecida ao longo do ano principalmente pelo bom desempenho do mercado de trabalho, “com massa salarial e renda real mais fortes além de um mercado de consumo forte”.
Redução no preço dos veículos, fatores climáticos e queimadas pressionam projeções para baixo
O crescimento projetado para o auto era de 16,1%, caindo para 13,3% em março e para 7,2% em junho, alcançando 2,7% em setembro deste ano. A variação é de 13,4 pontos percentuais. O presidente da CNseg destaca os fatores que impactam o cenário: “a considerável redução no preço dos veículos, pressionando para baixo os valores dos prêmios, atrelada à expectativa do setor de virtual constância na frota segurada, projeta-se também uma estabilidade real para a arrecadação nos próximos meses e em 2025”.
Ao comparar com a projeção divulgada em junho, a Confederação estimou a queda de 6,9 p.p. do Seguro Rural, saindo de 7,9% para 1,0%. A subvenção foi o principal fator que puxou a redução na estimativa do produto para este ano. Além disso, as queimadas e os eventos climáticos extremos contribuíram para elevar o custo de produção, colocando a agricultura em um período de adversidades, segundo Oliveira.
“O clima seco combinado às altas temperaturas e aos fortes ventos propiciam a ocorrência de queimadas. O fogo, além de prejudicar as plantações, impacta na fertilidade do solo, que acaba necessitando tratamento especial, acarretando, assim, no aumento dos custos de produção”, destaca o dirigente. “O valor da subvenção em 2024 continua aquém do que é demandado pelos produtores”, explica. Estas também foram as causas da redução em 22,1 p.p. do estimado na Conjuntura nº 97.