Notícias | 9 de setembro de 2004 | Fonte: Valor Econômico

Apólice de vidro cresce com assalto

O crescente número de assaltos a carros tem ampliado a venda de seguros adicionais de vidros de automóveis. Por um acréscimo no valor do prêmio, o segurado tem uma franquia exclusiva para o caso de o vidro do automóvel ser danificado – isso ocorre, por exemplo, quando a ação dos criminosos visa levar o som do carro ou uma bolsa que tenha sido deixada sobre o banco.

Em São Paulo, há um agravante extra, segundo o vice-presidente do Sindicato das Seguradoras, Previdência e Capitalização do Estado de São Paulo (Sindsegsp), Jorge Bento da Silva: as obras da prefeitura, como a construção do túnel sob a avenida Rebouças, têm deixado muitas pedras soltas nas ruas. Elas resvalam nos pneus e acabam atingindo os vidros dos carros próximos. Os dois fatores elevaram em 60% a contratação desse seguro adicional nos últimos dois anos, segundo estimativa do sindicato.

“Até dois anos atrás, a reposição pela quebra do vidro estava incluída na franquia total do carro. Depois, quando a cobertura extra passou a ser oferecida, as seguradoras que não ofereciam o produto passaram a ser questionadas pelos segurados”, disse o dirigente. A demanda fez com que a oferta da cobertura adicional se disseminasse no mercado.

A Real Seguros lançou oficialmente nesta semana seu seguro adicional de vidro de automóvel. O produto terá cinco diferentes faixas de preço, de acordo com a região do país. A mais barata, de R$ 45 por ano, será oferecida em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília, e a mais cara, de R$ 136, na Bahia, Mato Grosso, Rondônia, Sergipe e Tocantins. O pacote básico incluirá a cobertura de pára-brisas, vidros traseiro e laterais. No completo estão incluídos também espelhos retrovisores, faróis e lanternas. A franquia, de R$ 60, é apenas para o pára-brisas; os outros vidros não têm franquia. Uma segunda franquia, de R$ 20, é para as outras peças cobertas, como os retrovisores.

Na Bradesco Seguros, que lançou seu Vidro Protegido Plus há cerca de dois anos, a penetração da cobertura extra chegou a 10% da base de um milhão de veículos. A seguradora estima, entretanto, que há potencial para que esse número atinja 30%, segundo o diretor-gerente da empresa, Luiz Carlos Nabuco. Para veículos de passeio e pick-ups, o prêmio extra é de R$ 126 por ano. Para dano nos vidros, a franquia é de R$ 90, enquanto a reparação dos retrovisores exige franquia de R$ 20. Sem o produto agregado, o vidro entra na franquia total do veículo, que é, em média, de R$ 1 mil – ou seja, o vidro só seria coberto em caso de sinistro mais grave. Embora, na avaliação do diretor exista boa demanda pelo produto, a penetração não é tão maciça quanto a de adicionais como a assistência 24 horas, contratada por 80% a 90% dos segurados.

A Porto Seguro, com uma carteira de 1,2 milhão de veículos, foi uma das pioneiras na oferta de seguro adicional de vidro no mercado. Segundo Luiz Pomarole, diretor de auto da companhia, 20% da frota contratou o serviço extra, número que está estável já há algum tempo. A comercialização é feita no país todo, mas as vendas são maiores “em cidades em que o trânsito é mais concentrado”, diz o diretor, como Porto Alegre, Rio de Janeiro, Recife e Salvador, além de São Paulo.

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