Os efeitos da queda das taxas de juros este ano já estão visíveis no comportamento dos fundos de previdência privada, PGBL e VGBL. Com a redução, o perfil das aplicações feitas pelas pessoas que estão poupando para sua aposentadoria começa a ficar menos conservador. Ao lado disso, a renda variável pegou o lugar que anteriormente era da renda fixa no ranking dos maiores retornos para o investimento.
Em novembro, os fundos que aplicam em renda variável receberam R$ 146,48 milhões em novos recursos e deram um retorno de 15% na média dos fundos que aplicam até 50% de seu patrimônio em ações. Na renda fixa o melhor ganho ficou na faixa de 10%, de acordo com estudo da NetQuant.
A tendência é de que a partir de 2007 um número maior de pessoas reveja seus princípios conservadores e passe a olhar o investimento em ações com mais simpatia, desde que a renda fixa continue emagrecendo. “A expectativa é de mais procura pela renda variável em 2007”, diz o sócio da NetQuant, Fernando Quineche.
Mesmo com esse crescimento, não se espera que as ações se transformem no investimento número 1 dos fundos de previdência, como acontece nos Estados Unidos, por exemplo. Quineche afirma que as pessoas que estão fazendo seu pé de meia para a aposentadoria pensam mais na segurança do que no ganho e por isso não vão deixar totalmente a renda fixa.
Em novembro, 86% do patrimônio dos fundos PGBL e VGBL, de R$ 65,9 bilhões estava em renda fixa, conforme o estudo, que não inclui o patrimônio dos chamados fundos de previdência tradicionais. Essa categoria de fundos – os primeiros fundos de previdência comercializados pelas seguradoras – não é mais comercializada e não segue as normas de aplicação dos modernos planos de modelos PGBL e VGBL.
Segundo a pesquisa da NetQuant este ano até novembro, entraram R$ 18,7 bilhões nos fundos PGBL e VGBL elevando o patrimônio em 39,6%, comparado ao mesmo período de 2005. Para dezembro, Quineche prevê um crescimento de mais 2% no patrimônio dos fundos. Quem investe em PGBL pode abater até 12% do valor aplicação no fundo do seu imposto de renda. Por isso, “em dezembro todo mundo começa a fazer as contar de quanto pode abater do IR e acaba aplicando mais nos fundos.