Notícias | 12 de junho de 2024 | Fonte: CQCS l Manuella Cavalcanti com informações do Valor Econômico

Amil e Dasa estão próximas de fusão 

Reprodução: Valor Econômico

As negociações entre Dasa, da família Bueno, e Amil, adquirida em dezembro por José Seripieri Filho, para a fusão de seus hospitais, estão avançadas, com expectativa de um acordo nos próximos dias, as informações foram divulgadas pelo Valor Econômico, em matéria publicada nesta terça-feira,11. 

Caso o acordo seja confirmado, cada empresa terá uma participação de 50% da companhia combinada, que será formada por cerca de 20 hospitais, como Leforte, Nove de Julho, Pró-Cardíaco, Samaritano e Santa Paula, bem como com redes de clínicas de oncologia COI. 

Segundo o Valor Pro, serviço de informação em tempo real do Valor, e confirmada pela Dasa, é um negócio com receita anual estimada na casa dos R$ 10 bilhões e presença em sete estados. 

A transação envolve a transferência de R$ 3,85 bilhões da dívida da Dasa para o novo grupo hospitalar. Com isso, o endividamento líquido da companhia, que no primeiro trimestre estava em R$ 9 bilhões, equivalente a 4,2 vezes o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), caiu para R$ 4,2 bilhões, considerando a transferência do passivo e o aporte de R$ 1,5 bilhão feito pela família Bueno, em maio.

No futuro, há a possibilidade do novo grupo ser listado. De início, essa empresa ficaria dentro da Dasa. Hoje, existem quatro companhias hospitalares com ações em bolsa: Rede D’Or, Mater Dei, Dasa e Kora.

O acordo não contempla dois hospitais da Amil no Nordeste, o Monte Klinikum, em Fortaleza, e o Santa Joana, no Recife. De acordo com fontes ouvidas pelo jornal, existe possibilidade desses ativos serem negociados com operadoras de convênios médicos locais. Os hospitais verticalizados que atendem aos usuários de planos de saúde da Amil também não fazem parte da negociação. A operadora de Júnior tem cerca de 3 milhões de usuários.

O braço de medicina diagnóstica da Dasa, que conta com quase mil unidades no país, também não faz parte da transação. As fontes afirmaram ainda que a empresa está em conversa com laboratórios internacionais para a venda de uma parte minoritária. Um dos nomes citados no mercado é do americano Quest. A companhia informou que busca, neste ano, a entrada de R$ 2,5 bilhões, no mínimo, no caixa com a venda de um dos ativos.

Se a combinação de negócios entre a Amil e a Dasa se efetive, o novo competidor terá cerca de 4,5 mil leitos de internação, ficando a maior parte em São Paulo (SP), Rio de Janeiro (RJ) e Brasília (BSB). Há ainda unidades em São Luís (MA), Salvador (BA), Maringá (PR) e Recife (PE). Segundo o Citi, a participação de mercado não deve ultrapassar os 20%.

A empresa se firma como a segunda maior do setor hospitalar (a Dasa já ocupava essa posição). A líder do mercado continua sendo disparada a Rede D’Or, com 11,7 mil leitos em 13 estados.

A operação é assessorada pelo BTG, do lado de Dasa, e BR Partners, com Amil.

As conversas para junção de negócios ocorrem em um momento em que ambas enfrentam alto endividamento e queima de caixa. A operadora de Júnior amargou prejuízo líquido de R$ 4 bilhões no ano passado. A empresa da família Bueno, por sua vez, fechou 2023 com prejuízo de R$ 1 bilhão. 

No dia 10 de junho, a Dasa informou que recebeu oferta do empresário Nelson Tanure para uma potencial combinação de negócios com a Alliança, empresa de medicina diagnóstica, que envolveria um aumento de capital em dinheiro, sem aquisição do controle da empresa da família Bueno. “A companhia esclarece que não há qualquer decisão da administração a respeito.”

Os principais players anunciaram transação envolvendo participações societárias ou acordos comerciais entre operadoras de planos de saúde e prestadores de serviços, segundo o Valor Econômico. As empresas atuaram, historicamente, em oposição. 

No setor, o modelo de negócio é estruturado de forma que, quando um dos elos da cadeia ganha, o outro perde. 

Entre as empresas que se juntaram para algum tipo de acordo estão a Bradesco Seguros, SulAmérica, Unimed Nacional, Rede D’Or, Mater Dei, Grupo Santa, Oncoclínicas, Albert Einstein, BP e Fleury . Agora, Amil e Dasa também estão no processo. A movimentação é vista também como um contra ataque à Hapvida, que tem ampla rede verticalizada e cresce mais do que seus pares.

Em maio deste ano, a Bradesco Seguros e Rede D’Or anunciaram a criação de uma empresa hospitalar que começará a operar no segundo semestre com três unidades da bandeira São Luiz, em São Paulo e Rio. A D’Or já é dona da SulAmérica.

Com Amil e Dasa, existe a aproximação de uma operadora com três milhões de usuários de convênio médico e um grupo com a maior rede de medicina diagnóstica do país, com marcas como Delboni, Alta Diagnóstica, Sérgio Franco, e a segunda maior rede hospitalar.

No mês passado, a Oncoclínicas fez um aumento de capital de R$ 1,5 bilhão, marcando a entrada do banco Master como acionista que anunciou a intenção de retomar as aquisições. O banco aportou R$ 1 bilhão e financiou outros R$ 500 milhões para o fundador, Bruno Ferrari, acompanhar a transação.

A rede Kora está em processo de saída do Novo Mercado. O controlador, o fundo HIG, quer migrar a companhia para o nível básico da B3, entre outras razões, para buscar sócios não listados. A Mater Dei anunciou, há duas semanas, a devolução do Hospital Porto Dias, em Belém (PA), adquirido há três anos, para melhorar o capital de giro e fluxo de recebimentos. 

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