Notícias | 24 de maio de 2024 | Fonte: CQCS l Ítalo Menezes com informações do Valor Econômico

Amil e Dasa avaliam fusão das redes de hospitais no Brasil

Reprodução: Valor Econômico

Segundo informações do Valor Econômico, em meio ao atual cenário de reestruturação das empresas de saúde no país, a Amil, de propriedade do empresário José Seripieri Filho, e a Dasa, da família Bueno, conversaram sobre a possibilidade de juntar os hospitais dos dois grupos.  

Fontes ouvidas pelo Valor Econômico relatam que a iniciativa partiu da Amil e a proposta encontra-se na mesa da Dasa, que busca vários caminhos para melhorar sua eficiência operacional e reduzir o endividamento. Ainda segundo as fontes, na conversa, em caráter informal, não houve envolvimento de bancos de investimos nem de escritórios. 

Cada companhia conta com cerca de 12 hospitais, com unidades distribuídas em diferentes regiões do país e com marcas reconhecidas. Entre elas, estão, por exemplo, Nove de Julho, Santa Paula e Leforte, que pertencem à Dasa, enquanto Samaritano e Pró-Cardíaco, à Amil. Na semana passada, a família Bueno, controladora da Dasa, anunciou aporte de R$ 1,5 bilhão para o caixa da companhia. Essa transação está atrelada a um aumento de capital e venda de um ativo de R$ 2,5 bilhões, no mínimo, até o fim do ano. A companhia está em negociações, segundo fontes, para venda de uma fatia minoritária do negócio de medicina diagnóstica com um grupo estrangeiro que atua no mesmo setor.

Tanto a Dasa quanto a Amil possuem inúmeras propostas vindas de diferentes lados. As companhias estão se estruturando e têm ativos atraentes, o que as tornam alvo de constante interesse. A possibilidade de uma combinação dos hospitais de Amil e Dasa acontece num momento de ebulição no setor. No começo do mês, a Rede D’Or e Bradesco Seguros juntaram forças para criar uma empresa de hospitais que abre as portas já no segundo semestre, com três unidades da bandeira São Luiz. Juntos demandaram investimentos de R$ 1,1 bilhão.

Na última quarta-feira (22), a rede Oncoclínicas, que vem investindo na construção de “cancer centers” (unidades hospitalares voltadas exclusivamente para tratamento oncológico), anunciou aumento de capital de R$ 1,5 bilhão. O banco Master fará uma injeção de R$ 1 bilhão e vai financiar outros R$ 500 milhões para o fundador da rede, Bruno Ferrari. Os recursos serão usados para expansão orgânica e aquisição – essa última frente havia sido interrompida diante do endividamento da companhia. Além disso, a injeção vai reduzir a alavancagem que, no primeiro trimestre, estava em 3,9 vezes, muito próximo dos “covenants” (limite acordado com credores para endividamento). O banco de Daniel Vorcaro já tinha 6% da rede de saúde por meio do fundo WNT, que também é o veículo de investimento de Nelson Tanure. O empresário atua no setor por meio da empresa de medicina diagnóstica Alliança (ex-Alliar). Em 2023, Tanure tentou adquirir a Amil.

As recentes transações no setor de saúde devem impactar o desenho do mercado hospitalar. As operações trouxeram novos investidores, parcerias entre concorrentes capitalizados, venda de ativos e redução de alavancagem. O setor enfrenta uma crise, com as operadoras de convênio médico acumulando O setor enfrenta uma crise, com as operadoras de convênio médico acumulando prejuízos de R$ 15 bilhões nos últimos dois anos e que está levando a uma pressão em toda a cadeia. Os grupos hospitalares, que promoveram várias aquisições entre 2020 e 2021, estão alavancados devido à alta na taxa de juros e, ao mesmo tempo, pressionados com o aumento de prazos de recebimento que ultrapassam os 100 dias e atrasos de pagamentos dos procedimentos médicos realizados. Além disso, há concorrência com empresas verticalizadas donas de planos de saúde e hospitais.

Procuradas pela reportagem do Valor Econômico, Amil e Dasa informaram que não comentam rumores de mercado.

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