A empresa de assistência médica Amil cancelou o plano de saúde de crianças e adolescentes com deficiência em todo o Brasil. Na Baixada Santista, mães estão formando excursões para protestar em frente à sede da companhia, em São Paulo, nesta quarta-feira (22). Os pacientes ficarão sem atendimento médico e terapêutico a partir do dia 1° de junho.
Segundo a dona de casa Lucilene Santos, de 35 anos, moradora de Guarujá, a empresa deu um prazo de 30 dias para que todos os beneficiados saíssem do plano por adesão, alegando prejuízo.
“Minha filha de 9 anos tem microcefalia e paralisia cerebral. Ela faz tratamento de segunda a sexta-feira com fisioterapeuta, fonoaudiólogo e psicólogo. Ainda corre o risco de atrofiar os músculos e ter encurtamento dos tendões”, explica.
Lucilene afirma que o que mais prejudica as famílias no momento é o prazo, prestes a encerrar, e o valor dos tratamentos. “Outras mães estão levando os filhos para a terapia e vendo que as carteirinhas já estão dando como inativas. Essas crianças vão regredir por diversas questões”, conclui a guarujaense.
Em nota, a Amil informou que “a decisão se deve ao fato de que tais contratos apresentam há vários anos situação de desequilíbrio extremo entre receita e despesa, a ponto de não vermos a possibilidade de reajuste exequível para corrigir esse grave problema”.
O grupo ressaltou que os envolvidos têm direito legal à portabilidade para manter suas coberturas, sem a obrigatoriedade de cumprir novamente prazos de carência. Além disso, enfatizaram que a medida não tem relação com demandas médicas ou quaisquer tratamentos específicos.
A Amil esclareceu que está aberta ao diálogo com a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e com todos os envolvidos, para que, dentro de um ambiente de respeito à segurança jurídica, seja possível alcançar as melhores soluções para o prosseguimento do trabalho assistencial.