Notícias | 17 de abril de 2008 | Fonte: Agências Internacionais

Alonso vai comandar o HSBC na AL e Wallis presidirá banco no Brasil

O HSBC anunciou, que o brasileiro Emilson Alonso, 52 anos, vai assumir o comando do banco na América Latina e transferirá o cargo de presidente no Brasil para o inglês Shaun Wallis, 53 anos. As mudanças ocorrem a partir de maio.

Alonso presidia o HSBC no Brasil desde setembro de 2003 e era também co-presidente da América Latina e Caribe, responsabilidade que dividia com o inglês Paul Thurston, também CEO do México. Alonso era responsável por seis países da região, Argentina, Chile, Paraguai, Peru e Uruguai, além do Brasil; e Thurston, de outros oito.

Agora, Alonso vai centralizar a supervisão das operações nos 14 países da região onde o HSBC opera, residindo no México, e responderá diretamente ao CEO mundial, Michael Geoghegan.

A América Latina contribui com 11% dos resultados globais do HSBC, que está focando na expansão nos mercados emergentes para reduzir a dependência das operações nos Estados Unidos, afetadas pela crise das hipotecas de alto risco (subprime).

Para Alonso, é uma grande promoção, especialmente considerando que ele não pertence aos quadros de “international managers” (IM), o novo nome dos “international officers”, executivos de carreira, formados na própria escola do HSBC, que devem estar prontos para mudar de país com um aviso de 48 horas.

Nascido em São Paulo, no bairro do Tatuapé, Alonso trabalhou por nove anos no Citibank e entrou no HSBC em 1997, onde inicialmente cuidou da área de seguros e foi responsável pela rede de varejo e pessoas físicas, como “chief operating officer” (COO), trabalhando diretamente sob o comando de Geoghegan, que arquitetou a compra do Bamerindus e presidiu o banco até 2003.

Mas os analistas estranharam a escolha de Wallis para suceder Alonso, especialmente em um momento em que a concorrência do mercado deve aumentar bastante com a compra do Real pelo Santander. Os analistas discutem se Wallis terá a mesma habilidade de Geoghegan e de Alonso.

Wallis é um legítimo IM e trabalha no HSBC há 30 anos, com passagens pela Ásia, Oriente Médio e Europa. Atualmente, ele preside o HSBC na ilha de Malta, onde o banco é a maior empresa privada com ações em bolsa, mas tem apenas 48 agências.

No Brasil, terá que cuidar do sexto maior banco de capital privado do país, com R$ 70,75 bilhões em ativos totais, 1,7 mil agências e 2,3 mil pontos de atendimento em 565 municípios. Em 2007, obteve lucro líquido de R$ 1,24 bilhão, o maior resultado desde início de suas operações no país, em 26 de março de 1997.

O presidente da Austin Ratings, Erivelto Rodrigues, receia que o HSBC tenha se “equivocado” ao trazer um estrangeiro para cuidar do banco no Brasil. “Ele pode ser muito experiente na cultura do HSBC, mas o mercado brasileiro requer um conhecimento específico, com características que não existem no exterior, e é muito competitivo”.

A decisão do HSBC ocorre pouco depois do Santander ter anunciado que o brasileiro Fábio Barbosa, atual presidente do Real, vai centralizar o comando das operações no Brasil a partir do segundo semestre, substituindo o colombiano Gabriel Jaramillo. “O Santander deu um passo à frente e o HSBC um passo atrás”, disse Rodrigues.

Especula-se que Geoghegan, ao escolher um funcionário de carreira para o Brasil, quis contrabalançar a indicação de Alonso para dirigir a América Latina e também a nomeação do mexicano Luis Pena para presidir as operações no México, no lugar de Thurston. Pena, 48 anos, é presidente do Grupo Financiero Banorte Mexico.

Ao comentar as nomeações, Geoghegan lembrou, ontem, em Londres, que o banco começou “com menos de dez agências, há uma década” a construir “uma das grandes forças no setor bancário da América Latina, com mais de 4 mil agências e uma contribuição de US$ 2,2 bilhões para o lucro bruto do grupo HSBC no ano passado”. Disse também que, ao lado da Ásia e Oriente Médio, a América Latina é “uma região que continua a nos oferecer grandes oportunidades, com diversos países crescendo acima de 5% por ano”.

Em entrevista para divulgação aos funcionários, por meio da intranet do grupo, Alonso disse que um dos principais desafios que enfrentará é “criar uma operação realmente regional”, maximizando a eficiência e produtividade dos dois principais centros regionais, México e Brasil.

Alonso disse que o centro regional foi estabelecido no México em 2006 porque o país era o maior contribuinte para o resultado regional. Atualmente, o Brasil quase alcançou o México. Os dois países representam 80% do resultado da região.

Alonso vê grandes oportunidades na região com o atendimento às pessoas sem conta em banco. Da população economicamente ativa de 300 milhões da região, dois terços não são bancarizados, calcula Alonso, o que significa oportunidade de oferta de financiamento ao consumo e veículos, cartões, seguros, crédito consignado e serviços bancários tradicionais

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