A Alfa Seguradora, que pertence ao banqueiro Aloysio Faria, dono do Banco Alfa, resolveu apostar no varejo para crescer. O primeiro passo dessa estratégia foi fechar um acordo de exclusividade com a Colombo Moda Masculina para a venda de apólices nas 192 lojas da rede.
As redes de varejo entraram na mira das seguradoras por conta dos milhões de clientes que passam por dia nessas lojas e da possibilidade de vender seguros a preços baixos. Só na Colombo, são efetuadas 200 mil transações por mês. Isso contando apenas as pessoas que efetivamente compram algum produto, fora as milhares que passam pelas lojas e que também podem ser potenciais compradoras.
Farid Eid, diretor geral da Alfa, conta que a seguradora costura outros três acordos com o varejo e quer terminar o ano com cinco parceiros. O interesse começou quando a Alfa passou a vender apólices na C&C, empresa de materiais de construção que pertence a Aloysio Faria. Mas como tudo estava dentro do grupo, não havia uma estratégia estruturada como no caso da Colombo.
O objetivo da Alfa é reduzir a dependência das apólices de automóveis, que chegaram a representar quase 100% da carteira da seguradora. Agora, estão na casa dos 80% e Farid espera que, em três anos, caiam para 65%.
Nas lojas Colombo serão oferecidos seis tipos de seguros, com preços que variam de R$ 6,90 a R$ 22 por mês. Há desde um seguro de proteção financeira para edução (paga a mensalidade escolar em caso de invalidez ou desemprego), outro para aluguel e o “futuro premiado”, um seguro de acidentes pessoais com um título de capitalização. A corretora de seguros que trabalha na operação é a Sincronismo e os sistemas foram desenvolvidos pela Conecta Solutions. Alessandro Maracajá, da Conecta, conta que, pelo programa, é possível acompanhar, em tempo real, as vendas de cada produto por loja.
O acordo começou a ser implementado em algumas lojas do Estado de São Paulo e foram vendidas, ainda em fase de testes, mil apólices em um mês. O destaque de vendas, até agora, para a surpresa de todos, foi uma loja de Ubatuba, no litoral do Estado. Álvaro Jabur Maluf, um dos donos da rede, diz que o potencial da parceria é vender dez mil apólices por mês. Até agosto, todas as 192 unidades terão os seguros.
Na Alfa, a meta é fechar o ano com prêmios líquidos de R$ 276 milhões e reservas de previdência de R$ 240 milhões. A seguradora deve crescer menos este ano, por conta da crise, conta Eid. No ano passado, os prêmios somaram R$ 263 milhões. A seguradora tem dez anos e trabalha com 1,2 mil corretores nas apólices de automóveis.
Já a Colombo planeja abrir mais cinco lojas até dezembro. Ao todo, contando as unidades já abertas no primeiro semestre, em 2009 serão 17 novas lojas. A Colombo não divulga seu faturamento. Esta não é a primeira incursão da rede em um produto financeiro. Ela já tem um cartão de crédito em parceria com o banco ibi, que agora vai passar para o Bradesco.
O produto, com a bandeira MasterCard ou Visa, tem uma emissão média mensal de 13 mil a 15 mil unidades ativadas (ou seja, cartões emitidos que são efetivamente usados). A rede recebeu um prêmio como a segunda maior ativação da MasterCard no Brasil. “Oferecer serviços desse tipo vai ser uma forma de se diferenciar para os clientes”, diz Maluf, destacando que novos produtos financeiros podem ser oferecidos, incluindo novos tipos de seguros.