A Allianz Seguros está oficialmente criada. Com investimentos de R$ 15 milhões até junho, a campanha criada pela Ogilvy, parceira mundial do grupo alemão, será apresentada ao público a partir de 1 de março. “Há três anos estamos preparando todos os nossos funcionários, corretores, clientes e fornecedores, incluindo o nome Allianz ao lado da marca AGF em nossos produtos e divulgações e por isso acreditamos que a mudança será bem recebida”, diz Max Thiermann, presidente da subsidiária brasileira da maior seguradora do mundo em faturamento, apresentando seu novo cartão de visitas.
A mudança envolve todo o processo do grupo, desde o cartão até o processo de informática, que segundo o executivo têm sido o mais trabalhoso e que consome a maior parte do investimento. Para o público em geral e corretores, a agência criou peças publicitárias que serão veiculadas no cinema, na tevê a cabo, no rádio e na mídia impressa.
O nome AGF – Société Centrale des Assurances Générales de France, uma das maiores seguradoras francesas adquirida pelo grupo alemão em 1997 – foi adotado no Brasil em 1993. A companhia, fundada em 1903, chamava-se Brasil Companhia de Seguros. “O único lugar onde o nome AGF deve prevalecer é na França”, diz Thiermann.
No ano passado, após a Allianz ter conseguido concretizar a compra de 100% da AGF, começou um processo mundial de mudança da marca. “É preciso receber um convite e nós fomos convidados a usar a bandeira Allianz”, diz o executivo chileno, que está no Brasil desde 2004. Para usar a marca Allianz, a companhia tem de estar dentro de padrões determinados pela matriz, onde são avaliados indicadores financeiros, produtos, nível dos funcionários e qualidade dos distribuidores. A subsidiária argentina foi a primeira na América Latina a fazer a mudança, já realizada por aproximadamente 80% das filiais do grupo espalhadas pelo mundo. No Brasil, que recebeu o convite juntamente com o país vizinho, foi preciso mais tempo para preparar a troca da marca em razão de ser o maior mercado de seguros da região.
Sem revelar números de 2007 em razão do balanço estar sendo auditado para publicação prevista até o final deste mês, Thiermann conta que a seguradora teve um bom ano. “O período foi marcado por uma forte competição em seguro de carro, que representa quase 40% do nosso faturamento, e também pela queda nas taxas de juros.” Em contrapartida, acrescenta, o crescimento do Brasil tem impulsionado outros ramos de seguros, como o transporte e os que envolvem projetos de infra-estrutura. “Fechamos muitos negócios na área de energia, aeronáutico e estamos apostando no segmento rural, onde o Brasil se destaca mundialmente.”
Em 2008, aumentar as vendas em 15% e reduzir os custos administrativos estão entre os grandes desafios da Allianz no Brasil. Esses dois fatores são vitais para manter a rentabilidade com a redução dos ganhos financeiros causada pela queda da Selic.
Segundo dados publicados na Susep (Superintendência de Seguros Privados), a AGF é a nona maior seguradora em automóvel, com prêmios de R$ 594 milhões, alta de 2% em 2007. No ano passado, o grupo apresentou várias novidades neste segmento, como o seguro para deficientes físicos e fez a sua estréia em motos, uma área pouco explorada pelas seguradoras brasileiras.
Em riscos patrimoniais, com seguros industriais, empresariais, condomínios e residencial, as vendas chegaram a R$ 337 milhões, alta de 9%. Em transportes, os prêmios totalizaram R$ 147 milhões, evolução de 36%, o que a coloca em terceiro lugar no ranking do segmento, superada apenas pela Unibanco-AIG e Bradesco. Em rural, já ocupa a quarta colocação, com prêmios de R$ 47 milhões.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 2)(Denise Bueno)