A Amil Participações enviou ontem à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) informações sobre a compra do Hospital 9 de Julho, que vem sendo negociada desde o ano passado. Segundo o comunicado, a empresa, através da ESHO – Empresa de Serviços Hospitalares Ltda., empresa do grupo criada só para administrar os hospitais de sua rede, adquiriu 95,29% do capital social das Sociedades Hospital Nove de Julho S.A. e Assistência Médica Nove de Julho Ltda. pelo valor de R$ 140 milhões. Além disso, a ESHO assumiu passivos e contingências do 9 de Julho, no valor estimado de R$ 171 milhões.
Os detalhes da compra passam agora pelo processo de aprovação final de todos os membros do Conselho de Administração da AmilPar, que se reunirão no prazo de até 30 dias para deliberar sobre a conveniência do exercício do direito de preferência de compra do Nove de Julho pela AmilPar nas mesmas condições, conforme definido no Contrato de Assunção de Obrigações e Outras Avenças, celebrado em 18 de outubro de 2007, entre a AmilPar e seus controladores.
Com a venda, a família Ganme, que estava à frente do Hospital 9 de Julho há 53 anos, encerra o processo de profissionalização iniciado há três anos. Segundo fontes do mercado, não deverá haver mudanças na estrutura do hospital, que não se transformaria em mais uma unidade própria da rede Amil, mas continuaria atendendo às operadoras de planos de saúde, seguradoras, cooperativas e planos de auto-gestão que já têm convênio hoje com o 9 de Julho.
Com 253 leitos em 26 mil m de área construída, o hospital registrou faturamento médio mensal consolidado de R$ 17,8 milhões no ano passado, o que equivale a uma receita anual de R$ 213,6 milhões. Há um ano e meio, o 9 de Julho vem sendo comandado por Luiz Alberto de Luca, no cargo de superintendente geral, ao lado de Marco Antônio Viena Pinheiro, presidente do conselho de administração. Nem a Amil, nem o Hospital 9 de Julho quiseram se pronunciar sobre a conclusão do negócio.