DPVAT - Corretores | 1 de fevereiro de 2010 | Fonte: Diário de Canoas | Patrícia Pinto Lemos

Cinco cidades da região estão no ranking do trânsito que mais mata

Montenegro é terceira, Sapiranga a quinta e Novo Hamburgo a 11ª entre 20 com maior número de mortes.

Novo Hamburgo é a 11ª. cidade mais violenta no trânsito do RS

Novo Hamburgo – Cinco cidades da região estão em um ranking que não traz orgulho nenhum às comunidades. Montenegro, Sapiranga, São Leopoldo, Novo Hamburgo e Canoas aparecem entre os 20 municípios do Estado com o maior número de mortes no trânsito para cada 100 mil habitantes, entre 2005 e 2007, superando inclusive Porto Alegre. Montenegro aparece em terceiro lugar, perdendo apenas para Venâncio Aires e Lajeado, este último líder da tabela. Os índices são do Mapeamento das Mortes por Acidentes de Trânsito no Brasil, realizado pela Confederação Nacional dos Municípios (CNM), que ainda levou em conta óbitos documentados pelo Ministério da Saúde.

A pesquisa levantou que, de 2000 a 2007, o Rio Grande do Sul teve uma média de 2.010 mortes por ano registradas pelo Ministério da Saúde. Mas as estatísticas podem ser ainda piores. Os dados foram calculados com base nas declarações de óbito registradas em hospitais, que é significativamente subestimada, com uma tendência a espelhar apenas cerca de 50% da quantidade real de mortes por acidente de trânsito no Rio Grande do Sul.

MÉDIA – Ainda no Estado, a pesquisa revela que a taxa média de vítimas fatais nos acidentes a cada 100 mil habitantes é de 18,5. Este número coloca o Rio Grande do Sul em 18.º no ranking do País. Conforme a pesquisa, este dado é considerado alto se comparado ao de países desenvolvidos, que giram em torno de 0 a 10 mortes por 100 mil habitantes. O levantamento ainda mostra que as mortes no Rio Grande do Sul começaram a sofrer uma queda a partir de 2005.

Os acidentes de carro mais graves e com maior número de mortes ocorrem durante os feriadões, segundo a Polícia Rodoviária Federal. Em 2009 houve mais feriados prolongados, o que teria contribuído para o aumento dos números.

Novo Hamburgo
Novo Hamburgo registrou 21,1 óbitos para cada 100 mil habitantes, que deixam a cidade na 11ª posição. Foram 35 mortes em 2005, 66 em 2006 e 61 em 2007, resultando em uma média de 54 óbitos por ano em acidentes de trânsito. Conforme o secretário de Segurança e Mobilidade Urbana de Novo Hamburgo, Luiz Fernando Farias, a maioria dos acidentes com morte acontecem nas rodovias e não no meio urbano. “Dificilmente vemos um acidente com morte dentro da cidade. A rodovia é que propicia fatores como alta velocidade e demora o tempo de reação do motorista”, salienta. Farias diz que os acidentes em vias urbanas são, em sua maioria, colisões que resultam em ferimentos leves ou apenas danos materiais. O secretário acredita que medidas como revitalização permanente da sinalização e instalação de lombadas nas rodovias podem diminuir os índices.

Sapiranga
Sapiranga é uma cidade cortada pela RS-239 e faz com que a população precise se deslocar a pé pela rodovia diariamente. O resultado desse perigo são 24,7 mortes por ano para 100 mil habitantes, entre 2005 e 2007 e o 5º lugar na tabela. Conforme o prefeito, Nelson Spolaor, a maioria dos acidentes com morte são causados por atropelamento na estrada. Segundo ele, quando a rodovia foi construída deveria ter pistas laterais para pedestres, o que não ocorreu. Agora, o Executivo busca junto ao Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) a licitação para que a obra aconteça. Além disso, devem ser construídas duas passarelas na RS-239, uma no bairro Oeste e outra no bairro Amaral Ribeiro, para a passagem de pedestres. Ainda não há previsão para o começo das obras.

Montenegro
Montenegro registrou 16 mortes em 2005, 14 em 2006 e 21 em 2007. A soma, levando em conta o número de mortes para cada 100 mil habitantes, resulta em 28,8 óbitos. Ficando atrás de Lajeado, com 34,3, e Venâncio Aires, com 31,3. Porém, o agente fiscal da Diretoria de Trânsito da prefeitura de Montenegro, Fábio Araújo, alega que, em 2009, do total de acidentes apenas três foram dentro da cidade. Ele atribui as ocorrências às cinco rodovias estaduais (RS-240, 287, 124, 411 e 470) e à BR-386, a Tabaí-Canoas. “No município a acidentalidade não é tão gritante,” afirma.

Canoas
Na 18ª colocação, a cidade é caracterizada pelo tráfego superior a 130 mil veículos por dia na BR-116 que se transforma em cenário de muitos acidentes. Conforme a 1ª Delegacia de Polícia Rodoviária Federal, o trecho mais favorável a acidentes em Canoas vai da alça de acesso à BR-386, no quilômetro 261, até a descida do viaduto da Metrovel, no quilômetro 266, no sentido interior-capital. Contribuem para esta possibilidade o grande acúmulo de veículos vindos da região metropolitana, as saídas e entradas da Avenida Getúlio Vargas para acesso à pista central e confluência da Rua Victor Barreto para a BR-116, onde se cria um ponto de retenção, aumentando o congestionamento e colisões.

São Leopoldo
O município apontou uma média de 23,5 mortes/ano e, conforme o levantamento da CNM, é a 7ª cidade entre as 20 do ranking. Segundo o chefe da 1ª DPRF, Alfonso Willembring, os índices se devem a uma série de fatores. Mas a principal causa é a imprudência, somado a isso, o alto fluxo diário de veículos e as tensões que resultam disso. “Impaciência, falta de respeito e manobras perigosas são frequentes”, destaca o inspetor. Mas, segundo ele, as mortes ocorrem na madrugada e, principalmente, em função de excesso de velocidade e álcool. Em 2009 foram 428 autuações por embriaguez e mais de 100 mil autuações por excesso de velocidade.

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