Debate Seguro | 5 de dezembro de 2003 | Fonte: CQCS - Centro de Qualificação do Corretor de Seguros

Presidente da Fenacor revela o que pensa a respeito do mercado, no Conseguro

O CQCS assitiou a palestra do Presidente da Fenacor e acha que os temas foram muito bem abordados e convoca toda a comunidade a se manifestar sobre os temas abordados.
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O papel do corretor
O corretor é um dos protagonistas na história do setor de seguros no Brasil. Sabe como ninguém o que o cliente precisa e em quais seguradoras essa necessidade poderá ser satisfeita e presta ao consumidor/segurado uma complexa assessoria. Contudo, muitas vezes vem sendo tratado como um mero vendedor, principalmente pelas autoridades governamentais, que, já há algum tempo, agem como aquele macaquinho: vedam os olhos para a nossa realidade, tampam os ouvidos e não ouvem nossos pleitos e, não raras vezes, silenciam quando instadas a opinar sobre temas relevantes para o mercado e, particularmente, para o corretor.

Entretanto, mesmo remando contra a maré, o corretor conquistou a confiança do consumidor e passou a ser sinônimo de intermediação qualificada. O valor agregado pelo corretor à comercialização e ao contrato de seguro é infinitamente superior ao de qualquer outro canal de comercialização que possa vir a ser adotado. Até porque nenhum desses chamados “canais alternativos” representa, de fato, os interesses do consumidor.

A Fenacor e os Sindicatos estaduais têm se esforçado para oferecer ao corretor condições para que possa se qualificar cada vez mais, cumprindo o seu papel de representante, consultor/assessor ou anjo da guarda do segurado.

No âmbito do mercado, o corretor tem muito a contribuir com idéias e ações coordenadas com outros segmentos visando ao desenvolvimento e ao crescimento da atividade de seguros, previdência aberta e capitalização e da afirmação desses segmentos como a melhor alternativa para a formação de poupança de longo prazo, tão necessária para o incremento sustentável da economia nacional.

Ações Coordenadas:

O processo de desenvolvimento da atividade de seguros no Brasil não pode prescindir da soma de esforços dos vários segmentos que integram o mercado. É fundamental mostrarmos entrosamento, coesão e força política, para que os governantes reflitam muito antes de continuarem olhando o nosso mercado como um segmento de segunda classe.

Dessa sinergia deve surgir um plano setorial que trace metas para médio e longo prazos, baseadas em uma relação de plena confiança. Aceitamos discutir qualquer questão, desde que o objetivo seja de interesse geral, especialmente do consumidor.

Nesse contexto está, por exemplo, a regulamentação da figura do agente. A Fenacor entende que até há espaço para o estabelecimento dessa discussão. No entanto, a atuação dos agentes no mercado brasileiro, conforme dispõe o novo Código Civil, somente será possível se as seguradoras responderem por todos os atos e compromissos firmados por esses seus representantes junto aos segurados. Como, aliás, ocorre em todo o mundo.

Estamos abertos ao diálogo, mas não dispensamos o compromisso com a transparência nas ações. É inadmissível que o discurso continue sendo desmoralizado pela prática. Não adianta fazer juras de amor ao corretor durante o dia e, na calada da noite, tramar contra o parceiro, estruturando canais de distribuição que não asseguram ao consumidor o acesso a um serviço de qualidade, que atenda às suas reais demandas.

Na condição de representante do segurado, de seu assessor para todas as horas e necessidades, o corretor de seguros deseja que fique claro quais as seguradoras estão efetivamente ao seu lado, dispostas a oferecer ao consumidor coberturas e serviços adequados.

Respeito mútuo

É preciso fugir da mesmice, dos produtos elaborados com base em uma realidade que pouco tem a ver com o cenário em que vivemos, dos VGBLs que enganam os mais desatentos. A parceria entre corretores e seguradores deve começar já no momento em que a cobertura é desenhada, respeitando as características e necessidades de cada grupo de consumidores. Somente o corretor tem condições de indicar o que o seu cliente precisa.

O importante é que cada um cumpra o seu papel. Avançar sobre atribuições alheias é jogar por terra todo o esforço que visa ao bem comum. Até porque se existem seguradoras que se acham no direito de atuar como corretoras, tendo empresas próprias ou utilizando canais alternativos, nós, corretores, também nos sentimos aptos a …digamos…. diversificar nossos negócios.

Por que não? Modéstia à parte, ninguém conhece melhor as necessidades do consumidor do que o corretor de seguros. E sempre haverá a possibilidade de se buscar o respaldo legal, para que um conjunto de corretores de seguros, ou corretoras associadas, através, por exemplo, de sociedades cooperativas/seguradoras, busquem diretamente o risco inerente à atividade profissional do segurado, o seu patrimônio ou vida.

A nossa intenção é a de seguirmos na mesma direção e de mãos dadas com as seguradoras e outros segmentos do mercado, tendo um objetivo único: a satisfação do cliente. Mas, se essa premissa não for possível, buscaremos outro caminho ou atalhos que nos levem ao nosso destino. A definição do trajeto e da forma como ele será trilhado depende de um diálogo franco, aberto e maduro e, principalmente, da posição que os senhores, seguradores, irão adotar nesse momento de transição.

Obrigado!

Armando Vergílio dos Santos Junior
Presidente da Fenacor

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