Na Ponta do Lápis | 29 de julho de 2024

Análise dos Dados – Setor de Seguros

Por Francisco Galiza

Nesse texto de julho de 2024, temos as seguintes conclusões.
1) Previsões de PIB brasileiro crescendo mais de 2% em 2024
2) Previsão de Inflação brasileira em 4% ao ano.

Tabela 1 – Projeções Econômicas – Brasil\

Pelas últimas projeções do Boletim Focus, divulgado pelo Banco Central, as previsões para 2024 são a de uma taxa de crescimento econômico do PIB de um pouco acima de 2%, conforme a tabela 1. A taxa de inflação pelo IPCA ficaria em 4% no ano.

Entretanto, mesmo com esse aspecto positivo, um assunto que continua em discussão no país é o desafio do equilíbrio fiscal, o que causado uma pressão na queda das taxas de juros.

3) Setor de seguros crescendo a mais de 10% ao ano.

Em dados parciais contábeis até maio, comparados ao mesmo período do ano anterior, o mercado de seguros no Brasil continua crescendo a uma taxa nominal de um pouco acima de dois dígitos (10% a 11%).

Em destaque, nesse período, os segmentos de pessoas e patrimonial, com valores mais próximos de 15%, conforme o gráfico abaixo.

Ainda faltam todos os dados de todo o segundo semestre, mas, em princípio, até pela projeção de crescimento favorável da economia, tal tendência deve continuar para os próximos meses. Ou seja, a previsão de crescimento nominal de dois dígitos continua.

4) Rentabilidade das seguradoras na média histórica

O gráfico mostra a rentabilidade agregada das seguradoras nos últimos anos.

No ano passado, por uma série de fatores (taxas de juros, sinistralidade, etc), a rentabilidade foi uma das mais altas dos últimos tempos. Para 2024, a expectativa nesse momento é de valores um pouco mais baixos do que ano passado, voltando à sua taxa histórica de 25% ao ano.

5) Nível de Custos Administrativos em Queda

O gráfico mostra o nível dos custos administrativos das seguradoras, em relação aos seus prêmios, em queda.

Com o fim da pandemia, o incremento tecnológico e os ganhos de escala fizeram uma diminuição nos patamares para 12% a 13%. Até agora, em 2024, tal tendência permanece.

6) Prejuízos da enchente no Rio Grande do Sul.

A tabela mostra as taxas de sinistralidade do ramo automóvel de alguns Estados, em dados até maio de 2024.

Tabela 2 – Sinistralidade – Automóvel

Nesse caso, a influência da enchente já está clara. Os valores da tabela do Rio Grande do Sul são bem acima da média do país e de outros Estados.

Nesse momento, a estimativa total (levando em conta também outros ramos) é que os sinistros derivados somente da enchente ultrapassem patamar de R$ 1 bilhão. Nos próximos dois meses, a situação ficará mais definida em termos numéricos.

Francisco Galiza

Mestre em Economia (FGV), catedrático pela ANSP (Academia Nacional de Seguros e Previdência) na cadeira “Ciência do Seguro”. Autor de dezenas de artigos e estudos, e de centenas de vídeos de análise econômica, em especial sobre o setor de seguros. Consultor especializado em seguros, já prestando serviços para diversas empresas e entidades representativas de classe.

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