Na Ponta do Lápis | 29 de outubro de 2024

Análise dos dados: Crescimento do Setor de Seguros continua

Nesse texto de outubro de 2024, temos as seguintes conclusões:

1. PIB brasileiro vai crescer mais de 3% em 2024

O crescimento do PIB no Brasil de 2024 superou as expectativas do início de ano. Nesse momento, a previsão é de valores acima de 3% (em janeiro de 2024, esse número era de 1,5%). Isso fortalece também as expectativas de crescimento do próprio setor de seguros.

2. Inflação no limite da meta

Hoje, talvez o principal desafio da economia brasileiro seja o de controlar a taxa de inflação, que já se prevê alcançar o limite da meta de 4,5% em 2024. Um dos motivos para esse comportamento foi a elevação do dólar nesse ano, pressionando os indicadores inflacionários. Para combater isso, o Banco Central continua com a sua política de ajuste da taxa de juros. A seguir, a evolução da expectativa de inflação para 2024 (em janeiro de 2024, a expectativa era de 3,8%). De qualquer maneira, isso não deve afetar a taxa de crescimento econômico do país para esse ano.

3. Evolução do dólar comercial

O gráfico abaixo mostra bem a evolução do dólar comercial, como fator inflacionário. Em dezembro de 2023, estava no patamar de R$ 4,80. Agora, no patamar de R$ 5,60. Uma variação de 12% no período.

4. Faturamento do Seguro indo bem

Em dados até agosto de 2024, comparados ao mesmo período do ano anterior, o mercado de seguros no Brasil continua crescendo a uma taxa nominal de aproximadamente 10%, sinalizando um crescimento real em 2024, pois supera as taxas de inflação. Um ponto que é preciso ressaltar é que essa variação é assimétrica, alguns ramos indo melhor do que outros.
Em destaque, nesse período, os segmentos de pessoas e patrimonial, com valores mais próximos de 15%, conforme o gráfico abaixo. Lembrando que a taxa de inflação estimada para 2024 é de 4,5%.

Ainda faltam os dados dos últimos quatro meses do ano, mas, em princípio, até pela projeção de crescimento favorável da economia, tal tendência deve continuar para os próximos meses. Ou seja, as previsões positivas continuam.

5. Rentabilidade das seguradoras continua na trajetória esperada

O gráfico mostra a rentabilidade agregada das seguradoras nos últimos anos.

Em 2023, por uma série de fatores (taxas de juros, sinistralidade, etc), a rentabilidade das seguradoras foi uma das mais altas dos últimos tempos. Em 2021 e 2022, tivemos o efeito da pandemia.

Para 2024, a expectativa nesse momento é de valores um pouco mais baixos do que ano passado, voltando à sua taxa histórica de 25% ao ano. O efeito das enchentes do Rio Grande do Sul já foi absorvido e representou aproximadamente um ponto percentual no valor de 2024.

Esses números não devem sofrer modificações expressivas até o final do ano.

​ 6. Taxa de Sinistralidade dos ramos em comportamentos distintos

O gráfico mostra a taxa de sinistralidade de alguns ramos distintos, comparando-os ao mesmo período do ano anterior.

Dois aspectos podem ser ressaltados.

Primeiro, o crescimento no grupo Patrimonial (seguro residencial, incluído). Esse fato é uma consequência direta do efeito das enchentes do Rio Grande do Sul. Apesar desse fato, houve uma compensação em outros ramos (pessoas, com uma taxa de crescimento de receita elevada) e, ao final, o efeito foi diluído.

7. Projeto Proteja-me

Em outubro, foi lançado o projeto “Proteja-me”, que conta a história econômica do seguro. Esse projeto é composto de uma exposição e de uma websérie de sete episódios. Cada episódio corresponde a uma década, desde 1960.

Vale a pena acompanhar… https://proteja-me.vercel.app.

Francisco Galiza

Mestre em Economia (FGV), catedrático pela ANSP (Academia Nacional de Seguros e Previdência) na cadeira “Ciência do Seguro”. Autor de dezenas de artigos e estudos, e de centenas de vídeos de análise econômica, em especial sobre o setor de seguros. Consultor especializado em seguros, já prestando serviços para diversas empresas e entidades representativas de classe.

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